Desmatamento no Brasil atinge 108.463 km² de biomas em 5 anos
Derrubada da vegetação afeta todos os biomas nacionais
Cerca de 108.463 km² de biomas brasileiros foram desmatados entre 2017 e 2021, de acordo com dados divulgados na última quarta-feira (14) pelo Prodes Brasil, um programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que monitora desmates feitos no país. A área perdida é pouco maior do que o território de Pernambuco.
O Prodes passou a fornecer dados sobre o Pantanal, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pampa recentemente, com registros desde 2017 e estimativa para os anos anteriores. No passado, o Inpe focava seus esforços na Amazônia e no Cerrado. A expansão da análise foi bancada pelo Fundo Amazônia de 2018, que ficou paralisado a partir do ano seguinte, como consequência das medidas governamentais relacionadas ao meio ambiente. A Noruega e Alemanha, principais doadores, pretendem rediscutir o assunto para uma possível retomada do fundo.
A Mata Atlântica tem hoje apenas 27,8% da sua vegetação nativa e é o bioma mais devastado do país, principalmente por estar presente na região em que se concentra a maior parte da população brasileira. O Pantanal possui 77% de sua área natural originária. As queimadas, que acontecem especialmente para converter os espaços em pastos para a criação de animais, seguem sendo um dos maiores desafios. Já desmatamento da Amazônia permaneceu em 11%, e os estados do Brasil que mais desmataram foram, respectivamente, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.
As consequências são diversas e afetam todos os brasileiros. A Amazônia, por exemplo, pode passar por um processo de savanização, com perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, em caso da não criação de medidas para converter o problema. Isso impactaria, inclusive, o sudeste pela redução da vazão de água, além da diminuição de energia em hidrelétricas do centro-oeste.