Vítima, a comerciante negra, pisoteada por um policial militar em maio de 2020, foi acusada pelo Ministério Público nesta semana por infração de medida sanitária preventiva, desacato, resistência e lesão corporal contra um dos policiais envolvidos. No entanto, nesta quinta-feira (22), a promotora de Justiça Flávia Lias Sgobi desistiu da própria decisão. Segundo o UOL, a autoridade alegou que teve acesso a novas provas por meio da mídia.
“Os policiais militares, vítimas nestes autos, foram denunciados perante à Justiça Militar pela prática de lesão corporal e abuso de autoridade, pelos mesmos fatos apurados neste inquérito policial. Consta, ainda, a publicação de um vídeo registrando os fatos. Diante disso, a subscritora solicitou informações à Promotoria da Justiça Militar para confirmar a veracidade das informações. Nesse cenário, há fatos novos que devem ser analisados pelo Ministério Público”, aponta o auto do processo.
Para o veículo, o advogado da comerciante, Felipe Morandini, lamentou a acusação contra sua cliente. “Eu recebi essa denúncia com bastante estarrecimento, não esperava. Até por causa de tudo que foi noticiado e considerando o avanço do processo que corre na Justiça Militar, contra os policiais, o que se esperava era o arquivamento do inquérito, mas infelizmente isso não aconteceu”, disse.
No dia da agressão, a mulher revelou em depoimento que saiu do seu bar ao ouvir barulhos na porta. Quando encontrou seu amigo ferido após apanhar de um policial, ela bateu no agente com um rodo na intenção de parar a agressão.
Após isso, segundo a comerciante, ela levou socos no peito, chutes, puxão no cabelo e, por fim, diversas pisadas em seu pescoço, que a fizeram desmaiar. O agente foi afastado das atividades na rua, mas continua exercendo seu ofício na parte interna da corporação.