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Atos pelo país protestam contra assassinato de Marielle Franco

O motorista que a acompanhava, Anderson Gomes, também foi morto por ocupantes de veículo na noite de quarta (14)

Por ANNA LAURA MOURA, CLARA NOVAIS, ISABELLA D´ERCOLE,  ISABELLA MARINELLI E LIA RIZZO
Atualizado em 16 mar 2018, 00h24 - Publicado em 15 mar 2018, 18h39

Manifestantes se reuniram a partir das 17h no vão-livre do Masp, na avenida Paulista, para protestar contra o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, 38 anos, e do motorista Anderson Gomes. Eles foram mortos na noite de quarta-feira (14) depois que um carro emparelhou com o veículo em que estavam. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça, e o motorista por três nas costas.

Quinta vereadora mais votada nas eleições para a Câmara Municipal (46.502 votos), Marielle, 38 anos, costumava postar mensagens de apoio ao movimento negro e aos direitos da mulheres e críticas ao governo de Michel Temer, à intervenção federal no estado e à atuação da polícia. No último domingo, Marielle protestou contra uma operação da Polícia Militar na Favela de Acari.

Em São Paulo, na Marcha Contra o Genocídio Negro, as pessoas fecharam sozinhas o lado da avenida Paulista onde está o Masp. Várias mulheres discursaram – também havia muitas crianças e homens. Na manifestação pacífica, gritos de “racistas não passarão” e muitos cartazes de “Marielle e Anderson presentes” e “Contra o genocídio negro”.

Antes de começar a caminhada em direção à Rua da Consolação, imagens do rosto de Marielle e mensagens “Chega de silêncio”, “Contra o genocídio”. Na frente da caminhada, um grupo de mulheres negras gritava “Racistas, fascistas não passarão” e “Primeiramente os pretos, primeiramente as raças”. Logo atrás, grupo formado por integrantes do Psol e da Apeoesp.

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Depois de percorrer parte da avenida Paulista, os manifestantes desceram a Consolação rumo à praça Roosevelt no início da noite. Na parede de um posto de gasolina, mais imagens foram projetadas: “O genocídio do povo negro é real”, “Marielle vive!”, além de imagens das redes sociais dela com denúncias de violência policial.

Os gritos eram por justiça, pelo fim da violência e por reação da população e da política. Apesar do clima pacífico, a tristeza e indignação estava no rosto de todos os participantes. Alguns carregavam velas enquanto cantavam. Muitos se abraçavam, atitudes de consolo. Coletivos feministas e movimentos de direitos humanos levaram bandeiras enormes com mensagens pedindo paz e a investigação correta ao crime.

Uma unidade do pelotão de choque da polícia militar acompanhou toda a passeata, mas sem interferir ou demonstrar atitudes violentas. Ainda atendeu manifestantes com dúvidas. Além daqueles que manifestavam contra a morte da vereadora, o ato atraiu milhares de professores que protestavam no centro contra o projeto do prefeito João Doria (PSDB) para alterar a Previdência municipal.

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O ato terminou por volta das 21h30, na praça Roosevelt.

Outra grande manifestação aconteceu no Rio, na Cinelândia, depois do velório da vereadora e de Anderson, que aconteceu na Câmara. Uma multidão de manifestantes levou flores e cartazes contra a intervenção federal na cidade. Eles também fizeram coro contra a Polícia Militar. Muitas pessoas vestiam preto e usavam adesivos.

Em Porto Alegre, o ato aconteceu em frente à Esquina Democrática, no centro. Manifestações também aconteceram em Belo Horizonte e Brasília.

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