A grávida de trigêmeos que sabia que um dos bebês estava morto
Kirsty Alexander passou boa parte da gravidez sabendo que havia perdido um de seus filhos; hoje, ajuda pais que passam por luto
Kirsty Alexander, de 33 anos, e seu marido John, de 39, tiveram dificuldades para engravidar na primeira vez que tentaram. O casal teve de fazer fertilização in vitro para conseguir ter sua primeira filha, Bonnie, de 2 anos. Um dia antes do 1º aniversário de Bonnie, em julho de 2018, no entanto, Kirsty e John descobriram que estavam grávidos novamente, dessa vez de forma natural.
Alguns dias depois da descoberta, Kirsty teve um pequeno sangramento e marcou um ultrassom para checar se estava tudo bem com o bebê. Na época, estava grávida de 7 semanas. “Eu estava muito preocupada, mas a médica disse ‘é um parabéns duplo porque tem dois batimentos cardíacos’ e depois parou e disse ‘ah, tem um terceiro’ Estávamos esperando trigêmeos e não conseguíamos conter nossa alegria”, conta Kirsty.
Em outro ultrassom, com 18 semanas, os médicos perceberam que havia algo errado com o desenvolvimento de um dos bebês. Em outubro de 2018, Kirsty e John descobriram que um dos trigêmeos, uma menina que eles deram o nome de Dotty, havia morrido devido a um problema de desenvolvimento do cérebro.
Os trigêmeos Dotty, Delilah e Wilfred nasceram no início de março e, logo após o nascimento, Kirsty deu para Dotty um coelho de pelúcia. “Eu chorei muito ao pensar nela sozinha, então o coelho foi uma coisa para mantê-la segura. Eu abracei ele a noite inteira antes da minha cesariana, então, quando eles levassem Dotty, ela teria meu cheiro sempre com ela. Delilah e Wilfred também tem seus coelhos”, explica a mãe.
Apesar do apoio da família e amigos, Kirsty conta que as primeiras semanas pós-parto foram péssimas e ela tinha medo de que alguma coisa acontecesse com os outros bebês. “Sempre me falavam para colocar tudo para fora, mas eu não conseguia falar com ninguém. Foi assim que eu comecei a usar o Instagram pra mostrar como eu estava sentindo. Me ajudou muito”, contou.
Sem ajuda profissional, Kirsty conseguiu encontrar apoio na rede social. Em sua conta, ela mostra a rotina da família e outras mães que passaram por experiências parecidas trocam palavras de apoio e, assim, conseguem um pouco mais de conforto depois das perdas.
Kirsty conta que ficou chocada com a falta de apoio que existe para os pais que estão passando por um luto e que tenta ajudá-los através do Instagram “Conversar ajuda muito, mas os pais precisam realmente de ajuda para sentir que podem se abrir e conseguir passar por essa experiência horrível”, explica.
“Eu aproveito cada segundo com meus bebês. Depois de ter os trigêmeos e de perder Dotty, começamos a perceber de fato como a vida é preciosa. Eu seguro elas ainda mais forte e os amo cada vez mais”
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