Qualquer amante da moda sabe que a escolha de uma roupa é também a escolha de uma narrativa. Não seria diferente com o quiet luxury, uma das maiores tendências dos últimos tempos, que celebra o luxo discreto, livre de extravagâncias visuais, com roupas elegantes e tecidos de ótima qualidade, comunicando a riqueza sem precisar de logomarcas. Essas peças tomaram as passarelas e entraram no guarda-roupa da elite da moda. Com tanta procura e história envolvida, não poderíamos deixar de trazer algumas inspirações.
Mas o que é quiet luxury?
“Quiet luxury é um comportamento de consumo do mercado de luxo que abandona a ostentação para dar lugar a itens de altíssima qualidade, acabamento impecável e materiais de primeira categoria”, explica a consultora de moda e personal stylist Nabila Rocha. Ele é marcado por um visual sóbrio, discreto e bem minimalista, mas que fala bem alto em termos de cifrões. “Não é apenas sobre a estética, é também uma forma de separação e afirmação social”, lembra a especialista. Embora apareçam com mais intensidade neste momento, sua origem é marcada pela França do século 18 e pela Era Dourada dos Estados Unidos no século 19.
As características do quiet luxury
Para além do acabamento primoroso, da matéria prima de excelente qualidade e da sofisticação, são peças atemporais, discretas e que transmitem uma ideia de tradição, explica ela. “Há poucos acessórios e nenhuma menção às marcas, pois a característica principal é a rejeição à ostentação explícita, o que significa que logomarcas e etiquetas aparentes estão fora de jogo”, completa. Estampas também não são bem-vindas, e, quando aparecem, são mais tradicionais, como xadrez, poá, pied poule, em tons menos contrastantes. As cores são sempre sóbrias, como azul marinho, tan, verde musgo, burgundy, preto e, claro, cinza, esclarece a profissional.
Looks discretos
Como o próprio nome entrega, para montar um look dentro do quiet luxury, o principal ponto é a discrição. “As peças podem ser elaboradas, ter designs e texturas diferentes, mas é preciso que o visual seja discreto. Peças de cores neutras e acessórios pequenos, clássicos, com carinha (e não só cara) de joia de família, sabe? Nos pés, sempre sapatos mais tradicionais, como scarpin, mocassins e loafers”, exemplifica. Existe também uma necessidade do look parecer confortável. “É quase como se a pessoa estivesse contando que ela é rica e se sente muito bem nessa posição. Como eu disse, é uma tendência que fala muito sobre separação e afirmação social”, diz Nabila.
Qualidade e acabamento
Buscar marcas que prezam pela alta qualidade e acabamento é essencial para quem quer aderir ao quiet luxury. “Pensar também quais marcas têm em seu DNA a ideia de tradição e sofisticação. Não se pode perder de vista que você terá que investir em qualidade, o que significa pagar mais, mas ter peças duradouras e versáteis. A máxima ‘menos é mais’ nunca fez tanto sentido quanto nesse aspecto, então pode anotar aí e fazer disso um mantra: menos acessórios, menos cores, menos ostentação”, completa a consultora.
E no inverno?
Nas altas temperaturas, o cuidado com a escolha dos tecidos é a principal tarefa. A stylist recomenda os naturais e de maior respirabilidade para manter o visual alinhado e elegante. Aqui, há uma vantagem: “`É mais fácil construir looks mais elaborados quando faz frio, tendo em vista que no inverno usamos mais camadas, o que possibilita trazer mais texturas, acabamentos e cortes diferentes”, termina Nabila.
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