Obrigada, Sharon Tate, por ser um dos maiores ícones de estilo dos anos 60
Sharon Tate é lembrada por muitos como vítima da seita do serial killer Charles Manson. Já nós, decidimos falar sobre seu legado na história da moda.
“Era Uma vez em… Hollywood”, o mais recente longa do diretor Quentin Tarantino, estreou nos cinemas na última quinta-feira (15), ao abordar, entre outros assuntos referentes à chamada “Era de Ouro” do cinema hollywoodiano, parte do contexto no qual o serial killer Charles Manson, um dos maiores criminosos da história dos Estados Unidos, estava inserido.
No filme, Margot Robbie dá vida a Sharon Tate, atriz americana assassinada brutalmente por membros da seita de Manson, e na época grávida de oito meses e meio. Apesar de sua biografia ser frequentemente relacionada ao episódio do assassinato, Sharon, junto de nomes como Jane Birkin e Twiggy, se configurou como um dos mais notáveis ícones de estilo da década de 60, deixando um importante legado que serve como referência de moda e beleza até os dias atuais, quase 50 anos após sua morte.
Sharon, além de ter trabalhado como modelo e garantido pequenos papéis na TV, estreou no cinema em 1966, ao atuar no longa ‘O Olho do Diabo’, do diretor J. Lee Thompson. Mas foi ao interpretar a personagem Jennifer North, na adaptação para os cinemas do livro ‘O Vale das Bonecas’, em 1967, que os visuais usados por ela ficaram mais conhecidos pelo público. O filme, um clássico da época, traduzia muito bem a estética meio hippie, meio casual daquele contexto, e o figurino serviu como inspiração para uma leva de artistas e designers – dos clássicos aos contemporâneos – criarem coleções e releituras.
Ícone da moda
Para além das telonas, o visual de Sharon Tate era marcado pelos minivestidos, de silhuetas geralmente amplas, combinados às botas de cano alto, casacos ricos em detalhes e, vez ou outra, às meias-calças brancas.
Fã do combo atemporal jeans e camiseta, bem como das minissaias, marco da moda criado pela estilista britânica Mary Quant, o guarda-roupa de Sharon era composto, ainda, por malhas caneladas e coloridas em gola alta, elementos metalizados, conjuntos em alfaiataria, tons de verde-limão, framboesa, azul e estampas clássicas, como listras e animal print – peças que usamos até hoje.
Entre seus estilistas favoritos, estavam os britânicos Ossie Clark e Thea Porter.
No dia de seu casamento com o diretor de cinema Roman Polanski, em 1968, Sharon saiu do básico e escolheu um vestido de noiva de seda curto, como a maioria de suas peças favoritas, de gola alta e mangas compridas e bufantes. Flores enfeitavam seu cabelo, look tão icônico que foi até recriado por Lily Collins no Baile do MET de 2019.
Referência de beleza
O estilo marcante de Sharon, que possuía uma beleza naturalmente magnética, não se restringia às roupas, mas era refletido também em suas escolhas de penteado e maquiagem – esta última, uma de suas marcas registradas.
Sharon era vista quase sempre usando um traço de delineado bem marcado no côncavo, que continuava na linha d’água e ficava completo com os cílios pretos expressivos, de boneca, bem similares à estética adotada por Twiggy (o efeito pode ser reproduzido com uso de máscara de cílios de pincel grosso, que promove volume, ou uso de postiços).
Já as sobrancelhas, fininhas, eram usadas de maneira natural, com os pelos penteados para cima – essa proposta é uma das mais usadas atualmente, tanto em passarelas de alta costura quanto por mulheres que abandonaram a ideia de sobrancelhas “perfeitas”.
Os cabelos da atriz, quando não estavam soltos, sem serem modelados, eram usados semi presos e com bastante volume no topo da cabeça, à la Brigitte Bardot, visual Pin-up que inspirou de Lana Del Rey à personagem Megan Draper (Jessica Paré), na série Mad Men.
A própria Margot Robbie, em suas aparições mais recentes, recriou (não à toa) alguns dos looks usados por Sharon, entre eles os cabelos soltos enfeitados com tranças finas e o make com delineado.
Já a grife Valentino, no desfile Outono/inverno 2018/19 da Semana de Moda de Paris, colocou todas as modelos, entre elas Kaia Gerber, usando cabelos ultravolumosos, nessa vibe Sharon Tate/Bardot, na passarela.
Para além da Valentino, labels como Miu Miu, Prada e Moschino também já apresentaram coleções inspiradas no estilo de Tate, seja na vida real ou em “Vale das Bonecas”.
A seguir, veja mais looks que provam a importância do legado de Sharon Tate para a moda 60’s
A moda tem muito para agradecer a Sharon Tate!