O retorno dos anos 80 e o novo power dressing
O power dressing ganha nova importância, já que o termo era associado a emancipação feminina no mercado de trabalho
Os anos 80 estão voltando. Apesar de ser uma das décadas mais polêmicas da moda, a era oitentista começa, aos poucos, a reaparecer nas passarelas, vitrines de lojas e looks de street style, roubando espaço da tendência 90’s que dominou os últimos anos. Mas, como todo retorno da moda, a década volta com suas reinterpretações contemporâneas – então não precisamos nos assustar pensando em leggings neon e ombreiras exageradas (pelo menos ainda não)!
Repleta de elementos marcantes e fortes, a década de 80 é conhecida pelo chamado power dressing (termo nascido nos anos 80 que referência a uma maneira forte de se vestir no ambiente profissional), que começou a ser trabalhado novamente nas passarelas de Milão no Verão 2016/17, de forma discreta, em coleções que evocavam mais a volta do maximalismo italiano, em silhuetas retangulares com influência da alfaiataria masculina que invadiu o guarda roupa de mulheres na época.
Passadas mais duas temporadas de desfiles, as principais marcas do mundo continuaram a apostar na tendência, e, como tudo na moda, o nosso olhar começa a se reacostumar com a tão controversa década.
Mas, se nem tudo volta, o que podemos esperar do retorno dos 80? Em épocas de ávidas discussões sobre o feminismo, o power dressing ganha nova importância, já que o termo era associado a emancipação feminina no mercado de trabalho que ocorreu na década, mas emprestava peças diretamente do guarda roupa masculino, criando silhuetas quadradas.
Agora, novas interpretações de peças como o blazer enfatizam a cintura, em versões arquitetônicas ou simplesmente marcadas com cintos largos. Os ombros, apesar de marcados, dispensam as ombreiras exageradas típicas da época, mas cores e materiais clássicos como cinza e blends de lã são mantidos. Ternos combinando também ganham mais importância e já começam a dominar o street style em versões mais casuais e relaxadas, e já começamos a ver a tendência no varejo internacional em versões mais comerciais.