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Com 200 anos de atraso, sapatilhas de balé marrons são lançadas no mercado

Finalmente bailarinas e bailarinos não-brancos poderão comprar sapatilhas que fogem do cor-de-rosa, combinando com os tons de suas peles.

Por Ketlyn Araujo
Atualizado em 16 jan 2020, 05h45 - Publicado em 8 nov 2018, 12h36
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Faz exatos 200 anos que as sapatilhas de ponta em cor-de-rosa, para dançarinos e dançarinas de balé clássico, foram lançadas. O que isso significa? Que durante todo esse tempo nenhuma marca havia pensado em vender modelos do sapato em “tons de pele” que fugissem do branco pálido ou rosado – mas isso acaba de mudar.

Graças à Freed Of London, marca inglesa especializada em sapatos para dança, que em outubro passado lançou duas novas cores de sapatilhas de balé, marrom e bronze, agora bailarinos e bailarinas não-brancos poderão comprar as peças em tons que se assemelham aos de suas peles.

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Feita em parceria com o Ballet Black, companhia profissional de dança também inglesa criada para que bailarinos e bailarinas de ascendência negra e asiática tenham maior espaço no mundo da dança, a coleção de sapatilhas feitas a mão demorou um ano para ser finalizada, e visa atender às necessidades de TODOS os tipos de dançarinos (as), sem exceção.

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Cira Robinson, bailarina-sênior do Ballet Black que estrela a campanha da Freed Of London contou, em entrevista ao The New York Times, que desde os 15 anos pintava suas sapatilhas para que elas atingissem um tom mais similar ao de sua pele, já que naquela época (e até pouco tempo atrás) não encontrava os sapatos de sua cor em lojas específicas. O ritual, desconhecido por muita gente, é bem comum entre bailarinas e bailarinos negros do mundo todo.

Em um primeiro momento ela diz que pintava as sapatilhas usando tinta em spray, mas logo percebeu que o material as deixava com aspecto craquelado, em relevo. Então, passou a usar maquiagem, mais especificamente bases faciais baratinhas, para fazer o processo. Cinco tubos de base por semana eram necessários para que Cira tingisse de 12 a 15 pares de sapatilhas, processo trabalhoso que demorava entre 45 minutos e uma hora.

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Além da Freed Of London, a marca norte-americana Gaynor Minden também desenvolveu, há cerca de um ano, sapatilhas de ponta em tons pensados para bailarinos e bailarinas não-brancos, mas foi a Freed a grande responsável por acender o debate não só sobre o “ritual” de tingimento das sapatilha, mas também sobre a falta de diversidade de negros e negras no universo do balé – especialmente de dançarinas negras mulheres, que continuam sendo raridade.

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