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Alugar ou comprar imóvel: qual a melhor opção? Economista responde

Decisão demanda análise de nossas rendas, educação financeira e autoconhecimento

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 4 jul 2024, 11h16 - Publicado em 28 jun 2024, 08h27
Alugar ou comprar imóvel - o que vale mais a pena
Jovens são os mais interessados na compra do imóvel próprio, porém, decisão vem acompanhada de desafios financeiros.  (Freepik/Reprodução)
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Alugar ou comprar imóvel? Essa é uma dúvida que todos terão em algum momento. Inclusive, engana-se quem acredita que o sonho da casa própria vem morrendo a cada geração. Isso porque, de acordo com um levantamento realizado pela Brain Inteligência Estratégica, no final de 2023, pessoas de 21 a 26 anos são o grupo com maior interesse em comprar um imóvel.

Em outras palavras: não, a compra do imóvel próprio não virou coisa do passado. Contudo, o desejo de ter uma casa para chamar de sua vem acompanhado de inúmeros dilemas, como as altíssimas taxas de juros dos financiamentos, o comprometimento de uma boa parte da renda e, claro, a incerteza de querer se apegar a um plano de longo prazo.

No fim das contas, o que vale mais a pena: alugar ou financiar? A seguir, a economista e educadora financeira Ana Alves (@anaeconomista) compara as duas opções, listando vantagens e desvantagens:

Comprar ou alugar imóvel: o que vale mais a pena?

Primeiramente, devemos analisar uma série de critérios pessoais antes mesmo de comparar um versus o outro.

“Se questione: em qual momento de vida eu estou? No início da juventude, quando acabamos de iniciar a trajetória profissional, não é tão interessante comprar um imóvel, pois ter mobilidade e flexibilidade geográfica é muito importante”, afirma.

O próximo critério, claro, é a renda: “Analise o quanto você ganha e o que se adequa melhor em sua atual fase. Vale lembrar que não devemos comprometer mais do que 30% de nossa renda com parcelas no geral, o que inclui o financiamento”, diz.

Para fazer este cálculo, Ana recomenda dois sites: iSardinha e iDinheiro. Neles, é possível ter uma noção mais assertiva acerca de estarmos no melhor momento (ou não) para financiar ou alugar.

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Um terceiro ponto extremamente relevante: pense nos seus objetivos para os próximos anos. “Há pessoas que valorizam muito viver de aluguel, e outras, financiar. Não há um certo ou errado, mas sim, apenas o que é melhor para cada um dependendo de cada fase de vida”, reforça a economista.

Custos vão além do financiamento

A educadora financeira traz um adendo importante: a parcela do financiamento não é o único custo que teremos após a compra de um imóvel. “Há a entrada, que varia entre 20 a 40% do valor do imóvel. Além disso, há uma média de 15 a 20% de custos envolvendo vistoria, alvará e documentações. Sem contar que, comumente, as pessoas também financiam a entrada. Sendo assim, você precisará arcar com duas parcelas distintas e notórias”, diz.

Caso o imóvel seja adquirido na planta, sem móveis, também é necessário colocar os gastos com a mobília na ponta do lápis. “É imprescindível fazer todos os cálculos com muita prudência e não tomar quaisquer decisões corridas”, afirma.

Ana relembra que, por mais óbvio que seja, não podemos esquecer que, caso não consigamos arcar com as parcelas do financiamento, o imóvel pode ir a leilão (algo que ninguém deseja passar).

Escolha do imóvel precisa ser assertiva

Após passar por esses pontos, chega o momento de colocar o emocional na balança: será que nos imaginamos morando naquele local por um bom tempo? “Não é incomum ouvir que, caso enjoemos do primeiro imóvel, basta vendê-lo. Porém, não é tão fácil e rápido vender um imóvel. Dependendo do lugar, demora muito”, alerta.

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Portanto, acoplado ao quanto apreciamos a residência, é imprescindível ser estratégico na hora de escolher a região: “É interessante que seja um lugar que está crescendo, que tenha muita procura. Feito esse balanço, e sentindo que os gastos ficarão semelhantes ao aluguel levando em conta a região de sua preferência, vale a pena pensar no financiamento”, afirma.

Amortizar a dívida do financiamento

Algo bastante interessante do financiamento, segundo a economista, é a possibilidade de amortizar a dívida pagando o valor total antes do prazo. “Você pode, por exemplo, usar o saldo do FGTS a cada dois anos para amortizar a dívida e conseguir um desconto nos juros.”

A estratégia pode, inclusive, reduzir o valor das parcelas com o passar do tempo — algo que não acontece com o aluguel que, pelo contrário, aumenta anualmente por conta de reajustes.

Analisando o momento atual da economia

Cultivar um senso de educação financeira, segundo a economista, é um tópico crucial para acertarmos o timing da decisão. “Se os juros estiverem altos, o ideal é esperar. A Selic, por exemplo, é a taxa de juros principal em nosso país, pois influencia todas as outras taxas. Portanto, quando ela cai, as instituições financeiras se sentem pressionadas a diminuir o preço de seus serviços”, recomenda.

É aí que entra um ponto atrativo do aluguel: a possibilidade de, durante o tempo em que moramos em um local provisório, juntar e investir dinheiro para comprar o imóvel posteriormente com mais conforto. “Isso envolve dois pontos: a disciplina da pessoa em poupar dinheiro e também um conhecimento prévio sobre investimentos”, afirma.

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Para ter esses conhecimentos, Ana aconselha os cursos disponíveis tanto no portal do Tesouro Direto quanto os presentes no Banco Central do Brasil, que além de serem gratuitos, são ofertados por órgãos públicos.

Aluguel pode ser mais custoso que financiamento?

Essa é uma discussão que, frequentemente, incendeia as redes sociais. Para a educadora financeira, por conta do índice de inflação que reajusta os preços do aluguel e dos imóveis (IGP-M), o aluguel pode sim ser mais custoso que o financiamento no sentido do orçamento mensal. “Esse índice costuma apresentar uma variabilidade muito grande, podendo chegar a 20%”, diz.

Em contrapartida, a maior parte dos financiamentos realizados no Brasil contam com o sistema de amortização constante. “Na prática, significa que pagamos parcelas maiores no início, e com o tempo elas diminuem. Isso não acontece por mágica, mas sim, porque a maior parte dos juros se concentra nas primeiras parcelas”, esclarece. Sendo assim, é absolutamente possível que, em dado momento, a parcela do financiamento seja notoriamente mais barata que a do aluguel.

Ao mesmo tempo, caso a pessoa pague o financiamento sem amortizar, sem antecipar os pagamentos e apenas cumprindo exatamente o prazo combinado, é provável que ela pague duas vezes o valor original do imóvel (mesmo que, mensalmente, os custos sejam menores). “No fim das contas, a única grande vantagem do financiamento é ter a residência para si no fim do processo. Tudo isso precisa ser analisado”, diz.

Portanto, tudo depende de nosso estilo de vida, objetivos e sonhos: “Precisamos normalizar que muitos não se importarão em ter a casa própria, pois terão outras prioridades. A dica mais importante é: se baseie em você, não nos outros”, conclui.

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