Ex-faxineira, mulher se torna diretora da NASA e lidera missão histórica
Mesmo sem saber falar inglês, Diana Trujillo saiu da Colômbia com 300 dólares no bolso rumo aos EUA
Hackear o sistema patriarcal e elitista marcou a vida de diretora da NASA, Diana Trujillo, que traz luz a possibilidades de ascensão às mulheres por meio de oportunidades e garantia de direitos. Na última quinta-feira (5), ela entrou para a história ao realizar a primeira transmissão em espanhol da NASA, chamada Juntos perseveramos.
Diana ajudou a projetar o braço de um veículo espacial, que foi enviado à Marte para coletar amostras de rochas na tentativa de checar se há vida em outros planetas.“Saber se estamos sozinhos no universo é a questão fundamental”, disse ela ao site Latin Live.
A colombiana vem de uma realidade de vulnerabilidade social e violência constante. “Lembro-me de apenas deitar na grama e olhar para o céu e pensar: tem que haver algo melhor do que isso”, desabafou.
Trujillo decidiu se arriscar nos Estados Unidos, ainda que não soubesse inglês e tivesse apenas 300 dólares no bolso, para buscar essa nova condição de vida. “Eu vi tudo que vinha em minha direção como uma oportunidade. Não vi como: não posso acreditar que estou limpando um banheiro agora. Era mais como: estou feliz por ter um emprego e posso comprar comida e ter uma casa para dormir”, disse.
O próximo passo que ela conseguiu dar foi a entrada na faculdade de engenharia. Na turma, era uma das poucas latinas e mulheres. “Você não deveria estar aqui, porque está aqui”, reafirmou a si mesma.
Segundo o site, pouca coisa mudou em relação a falta de diversidade, uma vez que os latinos representam apenas 8% dos que trabalham nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e atemática. Para as mulheres latinas, a porcentagem cai para 2%.
“Em cada coisa que faço, estou representando meu país, minha cultura, minha herança, meu povo e tenho que dar o meu melhor todas as vezes”, disse sobre o segundo grande passou que deu: a entrada na Nasa. “Eles têm que ver uma mulher lá também para que possam se voltar para a geração mais jovem e dizer: você pode fazer isso.”
Criada apenas pela mãe, que abandonou a faculdade de medicina para se casar e acabou ficando sem nada após o divórcio, Diana chegou até a passar fome. “Quando menina, vi as mulheres da minha família desistirem de muitas coisas. Isso me deu a tenacidade de que eu precisava para dizer que não vou desistir do meu sonho. Quero estar lá, olhando para trás, mostrando à minha família que as mulheres têm valor, que as mulheres importam. “