Thiago de Los Reys
Foto: César França
Aos 9 anos, ele estreou na televisão como o calado Gui, de Esplendor (2000). Hoje, aos 19 e com dez anos de carreira, Thiago de Los Reyes curte o sucesso do tímido Guga, de Chamas da Vida, revela que a paixão secreta que o seu personagem cultiva por Vivi (Letícia Colin) é inspirada em sua vida real. “É uma coisa maluca que eu não sei, até hoje, como consegui manter”, revela. Na entrevista à Minha Novela, o ator fala a respeito do início inusitado no teatro e sobre os momentos em que pensou em abandonar a carreira. Confira!
Como foi sua transição do teatro para a televisão?
Nunca fui muito de teatro. Comecei com 7 anos e, com essa idade, no meu colégio, sempre rolou um grande incentivo em todas as áreas: esporte, arte, cultura… Eu era mais do esporte, fazia judô e futebol. Mas tinha um amigo que participava do teatro e, por coincidência, era o meu melhor amigo. E ele sempre falava pra eu assistir (ao teatro). Daí, fui, gostei muito e fiquei. No dia seguinte, já tinha largado tudo, o judô e o futebol, para fazer teatro.
São dez anos de carreira… o que foi mais difícil nesse tempo todo?
Tudo acabou sendo um desafio. Dei sorte de nunca pegar um personagem normal. Sempre interpretei papéis que tinham alguma angústia. O Gui, de Esplendor, foi um grande desafio: foi meu primeiro trabalho. E eu tinha 9 anos. Não sabia exatamente a dimensão do que estava acontecendo mas, ao mesmo tempo, como eu fazia teatro havia dois anos, já tinha uma certa maturidade. Quando terminei a novela, eu já era outra pessoa. Cada trabalho tem suas dificuldades.
Qual foi o momento mais marcante de sua carreira?
Com certeza, o Gui. Mas trabalhar em Eterna Magia (2007) e o Sítio do Picapau Amarelo (2006) também foi bem legal. Em Eterna Magia, eu me senti muito consciente do que estava fazendo. Para onde o personagem quisesse me levar, eu ia facilmente e, no final, ele foi bem aproveitado na novela. Cássia (Kiss, que interpretava a vilã Zilda) também é maravilhosa, me ajudou muito e virou uma supermãe. Na época, eu estudava à tarde e era bastante difícil conciliar horários. Mas Cássia ficava preocupada e me dava a maior força.
Você é tão introspectivo quanto seu personagem na novela?
Já fui mais na minha vida e as pessoas que se tornam minhas amigas acabam se acostumando comigo. Com meus amigos sou uma coisa e, no trabalho, sou outra completamente diferente. Sou mais sério, entro pra trabalhar e isso me ajuda muito porque nunca misturei televisão com vida pessoal. Se você faz isso, não vive, você vive para a TV. Eu nunca namorei com ninguém famoso, não suporto, acho que não dá, você já vê a pessoa todo dia, toda hora e, quando chegar em casa, vai ver a pessoa de novo? Para falar de trabalho? Tem gente que dá certo, como Tarcísio Meira e Glória Menezes, e o Paulo Goulart e a Nicette Bruno. Mas eu prefiro nem arriscar… (risos)
Teve algum momento em que você pensou em largar tudo?
Teve e foi depois de Eterna Magia. Eu estava desiludido, porque você faz um trabalho bom, se esforça… Larguei muita coisa pra fazer a novela: vestibular e tudo mais. Aí, chegou o final da trama e nada acontecia. Não é aquela questão de você estar sendo prepotente, são as pessoas que lhe falam que você fez um bom trabalho. Não é um ‘me dá um contrato, pelo amor de Deus’, mas é uma sequência de trabalhos legais e parece que as pessoas notam no momento que é conveniente. Mas, nessa hora, os amigos começam a dar apoio, depois você vai colocando a cabeça no lugar e vê que isso acontece pra caramba. Há muita gente aí que não tem reconhecimento. Agora, com Chamas da Vida, não tenho me preocupado muito com isso. Estou deixando rolar.
Na novela, Guga é louco pela Vivi. E você já gostou de alguém e essa pessoa nem lhe deu bola?
Já, sim. E é uma história maluca que não entendo até hoje como consegui manter. Busquei muita coisa na minha vida para colocar no Guga. Acho que ele ainda vai conquistar o amor da Vivi.