O jornalista Paulo Cabral ao lado de Silvio Santos em um momento tiete
Foto: Tomás Arthuzzi
O encontro anual no SBT para a gravação do Troféu Imprensa me deixa em clima de festa, a começar pelo terno, tão pouco usado, que pego em meu guarda-roupa logo cedo e visto para seguir aos estúdios na Anhanguera, rodovia que liga São Paulo ao interior. Assim que chego lá, sou encaminhado para a sala de maquiagem, onde encontro alguns colegas que se sentarão, como eu, na bancada dos jurados convidados para escolher os melhores do ano passado. Como em qualquer encontro entre jornalistas que cobrem televisão, a conversa gira em torno de programas, artistas e emissoras, papo que segue quando vamos para a salinha, fornida de café, água, refrigerantes, salgadinhos e docinhos, esperar a hora da gravação. Até que chega o grande momento: Silvio Santos entra e vem cumprimentar todos nós, um por um.
Estar perto de Silvio Santos faz a gente deixar um pouco de ser jornalista e dar vazão ao lado tiete. Acompanho seu trabalho desde criança, quando ele ainda dominava os domingos na Globo, e achava um tanto exagerada a euforia de mãe, mulher, tias e primas quando contava que iria me encontrar com ele. Mas basta ficar perto do homem do Baú para entendê-las. É um mito que se humaniza com seu jeito brincalhão ao apertar nossas mãos e nos deixar bem à vontade em sua casa, avisando-nos que podemos falar o que quisermos na bancada. E lá vai ele comandar o show.
Silvio ocupa o palco do Troféu Imprensa antes das gravações para dar atenção a suas colegas de trabalho, o auditório formado por garotas mais novas que as filhas dele e que o veem como um Justin Bieber ou outro ídolo teen qualquer. Com a plateia aquecida, as câmeras são ligadas, luzes posicionadas e lá vamos nós, o júri, para os nossos lugares. É nosso dever deixar o lado tiete nos bastidores e voltarmos a ser jornalistas para cumprir a missão de eleger os melhores do ano passado.
E começa o show. Silvio coordena tudo na hora, sem ensaio. Como um maestro, chama a câmera da esquerda, passa para a da direita, e vai conversando com os jurados e recebendo os premiados de anos anteriores, que também se rendem à tietagem ao ficarem ao lado dele no palco. Foi assim com Serginho Groisman, Rodrigo Faro, Eliana, a moçada do Restart e até com a própria filha, Patrícia Abravanel, responsável pelo momento mais emocionante do programa ao se sentir honrada, com lágrimas nos olhos, por levar adiante o legado do pai. Gravações encerradas, vamos para o ápice da festa, pelo menos para nós, os jurados/jornalistas: tirar a foto com Silvio Santos. Missão cumprida e um sorriso no rosto que demora para sair.