O racismo infelizmente já deu as caras dentro do ‘BBB’
Pelas costas, Gabriela Flor já foi vítima de comentários horrorosos feitos por outros participantes.
Reality shows como o “Big Brother Brasil” por mais criticados que possam ser, não deixam de ser um retrato da realidade e são importantes por possibilitar a discussão de certos temas.
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No ano passado por exemplo, o “Masterchef: Profissionais“, da Band, abriu um importantíssimo debate sobre machismo e como as mulheres são tratadas no mercado de trabalho.
Pois bem. A 17ª temporada do programa global mal começou e um triste retrato da nossa sociedade já deu as caras por lá: o racismo nada velado dos participantes Antônio, Manoel, Mayara e Vivian contra a baiana Gabriela Flor.
Veja bem, todo mundo tem o direito de não gostar de qualquer um e eles deixaram a falta de afinidade com a bailarina bem clara nos dois primeiros dias de confinamento, mas os comentários e brincadeiras feitos posteriormente extrapolaram a antipatia.
E, claro, a maioria das piadas fazem referência ao cabelo crespo de Flor. “Parece o Valderrama”, disse Manoel fazendo referência ao jogador de futebol. Mayara foi além e afirmou que mandaria ela alisar os fios. Em certa ocasião, Antonio colocou uma toalha na cabeça como forma de chacota.
Muitos podem não enxergar, mas o black plower de Gabriela Flor, além de lindo, é um ato político.
Em recente entrevista ao MdeMulher, a escritora Sabrinah Giampá e dona do blog Cachos e Fatos falou: “Estamos inseridas em uma cultura muito racista e machista. Ela faz a gente se sentir feia e incompleta. O ideal de feminilidade é aquele cabelo liso e comprido. Quem disse que para a mulher ser bonita é preciso ter fios lisos e compridos? A gente escuta desde pequena ‘cabelo crespo é ruim, é feio’. Isso é uma grande mentira e ela precisa ser combatida”.
“Macumbeira”
Não bastassem as piadas com o cabelo de Flor, ela precisou ouvir (pelas costas, claro), brincadeiras por conta da possível religião dela:
https://twitter.com/LiderBBB/status/824721942670376960
Sim, Antônio afirmou em tom pejorativo para as outras sisters tomarem cuidado com Gabriela, “porque ela é baiana e deveria ser macumbeira”. Um absurdo e um desrespeito com as crenças afro-brasileiras.
No dia seguinte o que ele fez? Não gostou quando Flor disse que Pedro parecia Jesus. Também insatisfeito, Manoel foi tirar satisfações com ela.
Bem, o paredão será formado domingo e existem grandes chances de Gabriela fazer parte dele. A boa notícia? Grande parte da internet está do lado dela e contra o preconceito.