“Não tenho vergonha de nada”, afirma Belo

Embora o primeiro semestre de 2008 esteja no fim, para Belo o ano está prestes a começar. O cantor acaba de lançar o CD e DVD “Pra Ver o Sol Brilhar – Ao Vivo”, pela gravadora Sony BMG, está prestes a conquistar a liberdade (em julho, termina de cumprir a pena por condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico), planeja um filme sobre sua vida – projeto do qual prefere não falar ainda – e prepare-se para subir ao altar com Gracyanne Barbosa. Em entrevista exclusiva, o artista conversou com Viva! sobre todos esses assuntos e muito mais.

Viva! Mais – O que o Pra Ver o Sol Brilhar – Ao Vivo tem de diferente dos seus trabalhos anteriores?
Belo – É uma reunião de amigos. Para esse trabalho, consegui trazer pessoas que gosto. Esse projeto, claro, é voltado para o meu público, mas é algo pessoal também. Fizemos uma compilação do meu último CD e DVD, gravado em estúdio, e mesclamos com as melhores músicas da minha carreira. O ponto mais alto desse projeto ao vivo foi a interação com o público.

Viva! Mais – Você tem liberdade para interferir na produção?
Belo – Tudo é feito por mim. Para as escolher as 24 música do DVD, ouvi mais de 500. Tenho uma afinidade grande com o produto musical, o Prateado, e nós ouvimos muito. Já trabalhamos juntos há muito tempo.

Viva! Mais – Quais critérios você utilizou para escolher os convidados?
Belo – Alcione é minha madrinha. Sempre participo do disco dela ou ela do meu. A música Magoada, que cantamos juntos, é um samba muito gostoso e conseguimos fazer uma roupagem nova sem descaracterizar o ritmo. Negra Li, assim como eu, também é da zona sul de São Paulo e já acompanho o trabalho dela há tempos. Com Perlla gravei Depois do amor, no ano passado, que fez muito sucesso, mas estava só no CD dela e não tínhamos registros em imagens. Então, resolvemos gravar esse encontro no DVD. O Eri Jonson é um amigo de muito tempo. Conversamos e falei que tinha uma música tudo a ver com ele, Sonho de um Palhaço, do Antônio Marcos, que era amigo do meu pai. O pessoal do Racionais fez uma homenagem com a música Para o Belo e também cantamos juntos a canção Oya.

Viva! Mais – E como é ser ‘muso’ de uma música?
Belo – É muito legal! Ainda mais vindo deles, que não vão para a mídia e, mesmo assim, vendem muitos discos. Eles vendem 500 mil cópias e, para você ver o respeito da comunidade pelos caras, não são pirateados. Assim como eles, sou de comunidade carente e vi essa galera crescer. Conheço a ideologia e o pensamento deles. A homenagem foi maravilhosa.

Viva! Mais – Por que incluiu a música Você é Linda, do Caetano Veloso, no repertório?
Belo – Gosto muito do Caetano. Ele é um artista da antiga geração e o respeito muito. Gosto de Gilberto Gil, Djavan, ou seja, de MPB. Acho que estou tomando essa linha. Sou um artista que saiu de um grupo de pagode, mas posso gravar outras coisas também. Hoje, a música romântica é o que mais gosto de fazer. Além disso, é muito bom apresentar esse tipo de repertório para o meu público.

Viva! Mais – Que mudanças aconteceram do tempo em que estava no Soweto até hoje?
Belo – Na vida pessoal, o amadurecimento de alma. Hoje, sou muito mais apegado à família, meus filhos e minha mãe. Antes, vivia muito para o trabalho e não tinha tempo para nada. Lógico, a música é tudo para mim, é o que segura toda minha estrutura. Estou ausente dos palcos há mais de três anos, mas nunca parei de tocar. Agradeço tudo à música. Profissionalmente fui mais valorizado. Hoje, faço menos shows, mas ganho melhor. É muito bom contar com Deus e com o meu público.

Viva! Mais – O que o sucesso trouxe de melhor para você?
Belo – A possibilidade de dar uma estrutura para a minha família. Meus filhos têm casa própria, que eu dei, e estudam bem. Minha mãe vive melhor. Mas já passei da fase de deslumbramento. Hoje, vivo um momento muito especial. Meus filhos têm saúde e isso é o importante.

Viva! Mais – É verdade que planeja um filme sobre sua vida com o ator Wagner Moura no papel principal?
Belo – É verdade e ele já está no projeto, mas só vou falar sobre isso mais para o final do ano.