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“Minha cabeça está a mil”

Miguel Rômulo, o Shiva de A Favorita, confessa suas inseguranças e fala da alegria de contracenar com Claudia Raia e José Mayer

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 10h56 - Publicado em 17 nov 2008, 21h00
Heloiza Gomes (/)
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Com apenas 16 anos, o ator já foi 
aplaudido por Claudia Raia
Foto: Frederico Rozário

No dia 22 de outubro, foi ao ar o capítulo de A Favorita em que Donatela (Claudia Raia) revelava a Shiva (Miguel Rômulo) que sua mãe estava viva. Para a trama, foi apenas mais uma de suas reviravoltas. Para Miguel Rômulo, no entanto, a seqüência teve um gostinho especial. É que, ao acabar de gravá-la, o ator, de 16 anos, foi aplaudido por toda a equipe, incluindo Claudia. A atriz, aliás, segundo Miguel, está sendo fundamental em sua carreira. “Ela é uma mãe para todo mundo”, afirma, e em seguida rasga seda para José Mayer (Augusto César) também. “É um professor!” Pois é, profissionalmente, o momento é mais que especial. E o adolescente não se faz de rogado: assume que vive, sim, num turbilhão por participar de uma trama das 9 da Globo. “Meu rosto está aparecendo no Brasil inteiro. É uma coisa de outro mundo”, constata, sem deslumbramento.

Quem o aplaudiu depois da cena em que Donatela revelava que a mãe de Shiva ainda estava viva?
Claudia, o diretor Roberto Naar, os câmeras, a galera do áudio, todo mundo… Eu me senti! Ganhar elogio das pessoas na rua é mais fácil. Já Claudia Raia é Claudia Raia, né?

Você chorou?
Quase. Pô, receber um aplauso de Claudia Raia não é qualquer coisa. Tenho a maior admiração por ela. E Claudia está sendo fundamental nesse momento da minha carreira. Não só para mim. Ela é uma mãe para todo mundo. É uma pessoa que a gente pode recorrer quando tem dúvida. Ganhar o aplauso dela já é um presente. Não só dela como do José Mayer, que é outro ícone, e que também está me ensinando muito.

Quando viu que contracenaria com José Mayer, a quem se refere como ícone, deu frio na barriga?
Na verdade, deu. Ele tem aquele jeito sério… Não que ele não seja. Zé não seria quem é se não fosse a concentração, o talento, a seriedade. Eu fiquei tenso. Não conhecia o lado brincalhão, amigo e gente fina do Zé. Nunca o vi tratando ninguém com grosseria. Ele sabe que atuar é um trabalho como qualquer outro. E eu, felizmente, também já tenho essa consciência.

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É a segunda vez que você vive um adolescente responsável pelo pai (a primeira foi em Pé na Jaca). Por quê?
Nunca parei para pensar nisso. Procuro ser o máximo maduro, não só na novela, como na vida, porque quero ser umexemplo. A pior coisa do mundo é falarem mal de você. Tento ser o mais legal possível, o mais responsável… Quero seguir essa carreira a sério.

Sem nenhuma dúvida?
É o que sempre digo: tenho 16 anos e ainda estou estudando. Apesar de eu ser muito maduro, como dizem, preciso encarar que tenho muito o que aprender. Não posso me desligar disso e pensar que sou importante, senão vai ficar uma coisa forçada, um pseudo-adulto. Aí é horrível! Apesar de toda essa maturidade, você não deixa de ser adolescente… Claro. Gosto de festa, de garota, de sair, de zoar, de fazer besteira. Adolescente tem aquela coisa de achar que sabe tudo, mas eu estou fugindo desse estereótipo.

Com a novela, sobra tempo para zoar?
No momento, não. Mas quando vem uma folga… (risos)

Então, dá para encontrar os amigos mesmo com as gravações?
Sempre. Amigo de verdade é aquele que conhece o seu interior e o seu exterior. A distância não faz a mínima diferença. Pô, o meu melhor amigo é o Arthur Lopes, que está fazendo Os Mutantes. Ele mora na Ilha do Governador e eu, na Tijuca. É uma das pessoas mais importantes da minha vida, fora minha família.

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Que é enorme, né?
(Risos) É uma família gigante, tenho cinco irmãos. Gosto de preservar os valores familiares, de amizade. Estou nessa idade de transição, de trabalho, escola, não sei… Minha cabeça está a mil. Você não tem noção. “Como eu penso? O que faço? Como vou agir numa entrevista? Dou uma de criança ou sou mais adulto?” Estou nessa indecisão. Meus amigos e minha família são as pessoas que uso para fugir dessa criancice, desse pseudo-adulto que eu tenho. Você tem uma família bem estruturada e, na novela, está num círculo… Completamente louco.

Pois é. E como você compôs o Shiva?
Minha família é de propaganda de manteiga (risos). Claro que tem briga, mas… Um garoto sem mãe, sem pai, para mim, é horrível. Mas não foi difícil (compor o Shiva) porque, na sociedade em que a gente vive, é fácil achar uma criança que não tem mãe. É um país que tem tudo para dar certo, mas não tem nada certo.

Fica nervoso ao se ver no vídeo?
Não, eu adoro. Tenho que ver se estou bonito, se estou mandando bem (risos)… Meu rosto está aparecendo no Brasil inteiro. É algo de outro mundo e uma delícia sentir que meu sonho está se realizando.

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