Matt Damon vive Max em Elysium
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Se um dia você cruzar com Matt Damon na rua, é bem capaz de achar que se trata de um americano comum, daqueles que levam as filhas ao futebol – ele é pai de Isabella, 7, Gia, 5, e Stella, 2, e padrasto de Alexia, 15, fruto de um relacionamento anterior de sua mulher, a argentina Luciana Barroso, 37. O ator de 42 anos pode estar vestido com moletom de capuz e jeans, daqueles sem estilo nenhum, mas é um dos caras mais poderosos e queridos do cinema. Não demora para entender o porquê. Carismático, em cinco minutos faz com que qualquer um queira ser seu amigo. Matt tem muitos: Ben Affleck, 41, que conheceu na infância e com quem assinou o roteiro oscarizado de Gênio Indomável, George Clooney, 52, Brad Pitt, 49, Steven Soderbergh, 50. Imagine uma festa na casa dos Damon? Deve ser divertido.
Rico, famoso e talentoso, ele gosta de se arriscar. Recentemente, fez o namorado do performer Liberace no filme Behind the Candelabra e escreveu o roteiro deTerra Prometida, com John Krasinski, 33. Agora, ficou fortão e raspou o cabelo para viver Max, o protagonista de Elysium, dirigido por Neill Blomkamp, 33, e também estrelado pelos brasileiros Wagner Moura, 37, e Alice Braga, 30. Numa suíte do hotel Four Seasons, Matt Damon bateu um papo com a CONTIGO!.
No filme, você aparece bem forte, numa cena sem camisa. Quando lê no roteiro “tira a camisa”, pensa em quê?
Neste caso, o diretor me deu um livro com imagens de como ele queria que fosse a aparência do personagem, careca, com tatuagens e bem musculoso. Porque normalmente quando vejo essa frase num roteiro, eu risco e digo não, não, não. Mas aqui fazia sentido. Ele está em forma porque é pobre. Não fez muitas refeições, esteve na prisão.
Mas para chegar lá…
Foi difícil (risos)! Não me importo tanto com exercícios, mesmo sendo duas horas pela manhã e duas horas à tarde. Mas deixar de comer realmente é um problema para mim. Associo comida e vinho com felicidade. Então, fiquei um pouco mal-humorado. Eu tinha um dia de folga, mas nos outros seis ficava infeliz.
O que você comia em seu dia de folga?
Normalmente, massa. Amo comida italiana.
Wagner Moura em cena com Matt Damon, no filme Elysium
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Como foi trabalhar com os atores brasileiros?
Eu já tinha visto alguns filmes de ambos. Wagner é incrível e a Alice também. Uma vez quase trabalhei com ela, acabou não acontecendo, e eu queria que desse certo a partir daí. Foi divertido. Wagner e eu estamos numa fase parecida da vida, com filhos pequenos.
Você acabou de rodar o novo filme dirigido por George Clooney, vai tirar uma folga agora?
Sim, acabamos de mudar para Los Angeles e quero ajudar minhas filhas a se adaptarem. Elas estão começando em novas escolas, é uma grande transição.
Como está sendo? Você morou muito tempo entre Miami e Nova York.
Foram muitas coisas, mas principalmente dar um quintal às nossas filhas e ser vizinho do Ben (Affleck) e de seus filhos. Tenho muitos amigos aqui com crianças pequenas. Espero poder me reconectar com eles.
Matt teve que raspar careca para viver Max
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Você teve uma infância bem diferente da de suas filhas, que são privilegiadas. Como você passa a ideia de ajudar os outros para suas filhas?
Minha mulher e eu conversamos muito sobre isso. Estamos convencidos de que a solução é viajar e tentar dar a elas um senso do mundo em que vivemos e seu lugar nele. Quero que elas tenham algum contexto, porque não posso nem quero ignorar que nasceram privilegiadas. Sou feliz por poder dar tudo a elas, mas desejo muito que entendam o mundo e suas responsabilidades. Não acho que dá para falar simplesmente, elas precisam ver.
Como sua mãe fez com você?
Exatamente. Sim, ela fez um bom trabalho. Quando eu era adolescente, ela começou a me levar para o México e para a Guatemala, nessas comunidades rurais com condições bem precárias. Pude ver com os olhos, conversar com garotos da minha idade.
Elysium fala muito de desigualdade social, e você criou a ONG Water. org, para levar água potável para comunidades pobres. Faz diferença?
Bem, alcançamos o primeiro milhão de pessoas em outubro. Então é bem empolgante por um lado. Por outro, ainda há 880 milhões de pessoas sem acesso à água potável. Mas já é alguma coisa, há um impacto. Claro que não vamos conseguir resolver o problema sozinhos.