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Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha do Chaves, conta detalhes da briga com Bolaños

A atriz Maria Antonieta de las Nieves, conhecida por interpretar a Chiquinha do seriado Chaves, diz que apesar das brigas, Chespirito é seu grande ídolo

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 17 jan 2020, 11h03 - Publicado em 18 out 2011, 21h00
Fernanda Tsuji (/)
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Maria Antonieta de las Nieves continua dando vida à personagem Chiquinha, mesmo após o fim do seriado Chaves
Foto: Lourival Ribeiro – SBT / Divulgação – SBT

Quando era criança, Maria Antonieta de las Nieves era uma menina muito comportada. Em nada lembrava a peste Chiquinha, do seriado Chaves, que a deixaria famosa mundialmente. “Eu comecei a trabalhar aos 6 anos e por isso sempre fui muito séria”, contou ela em visita ao Brasil para participar do programa do Ratinho na quinta 13.

Premiada logo em uma de suas primeiras novela, La Leona (1969), Maria Antonieta recusou o convite de Roberto Gómez Bolaños, o eterno Chaves, para participar de seu programa humorístico, parte integrante da grade cômica da Televisa, Sábados de la Fortuna. “Eu queria fazer drama e ser protagonista de novela, mas Chespirito me disse: fazer rir é mais difícil do que fazer chorar e um bom ator faz os dois”, contou ela, que na época tinha 18 anos. Os programas eram gravados ao vivo e quando subiu no palco pela primeira vez, Maria Antonieta estava tão nervosa que quase fez xixi na calça. “Aí fiz a primeira piada e quando vi todo mundo rindo, me apaixonei pela comédia. Tinha contrato para 4 programas e acabei ficando 24 anos no ar”, lembra-se.

Completando 40 anos de Chiquinha e também 40 de casamento com Gabriel Fernandez (locutor dos programas do Chaves), Maria Antonieta veio acompanhada do marido e gostou tanto do Brasil que adiou a sua volta para o México, prometendo voltar em 2012 com seu circo. Em conversa com o Direto do México, a senhora de 61 anos revelou que Chespirito ainda é seu ídolo apesar das brigas e mostrou animada a tatuagem na canela. Adivinha de quê? “Chiquinha, claro!”.

O que aconteceu entre você e Chespirito de verdade?
Não me lembro (risos)! A verdade é que estávamos fazendo Chaves, Chapolín e outros esquetes há 24 anos juntos. Aí, passou um mês e não gravamos, passou dois e questionei Chespirito. “Quando vamos voltar a fazer o Chaves?” E ele disse: “Nunca mais”. Ficamos pasmos, porque éramos um grupo tão unido! Aí, eu deixei claro que queria continua com a Chiquinha e ele disse: “vá em frente”. E eu fui em busca de meu próprio programa, bati em muitas portas. Você pensa que é famosa, que depois de encher estádios, tudo fica mais fácil, mas não. Consegui com que o dono da Televisa na época, Emilio Azcárraga, permitisse que eu gravasse um piloto do meu programa e Chespirito me emprestou tudo: seus câmeras, seu diretor, seu secretário. Passaram-se 4 ou 5 meses e não me respondiam se gostaram ou se colocariam no ar. Um dia, me contaram que era Chespirito que barrava meu programa e mais tarde também barrou meu filme. Ainda assim, fiz 18 episódios de “Aqui está la Chilindrina”, que foram reprisados em outros três canais. Uns seis anos depois, voltaram a reprisar Chaves e a lançar produtos dos personagens e se deram conta de que eu já havia registrado a Chiquinha em meu nome. É que é necessário renovar o registro do personagem a cada 5 anos e eles não fizeram isso por 15 anos. Eu até poderia ter registrado todos os outros personagens da vizinhança do Chaves, mas a única coisa que eu queria era a Chiquinha para continuar trabalhando.

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O que foi criação sua na Chiquinha?
Ela começou três anos antes de Chaves. Quando comecei com Chespirito, eu fiz o papel de uma menina igualzinha à Chiquinha e tenho jornais da época para provar. Ela já tinha os óculos, as sardinhas, as marias-chiquinhas…e foi minha mãe que costurou os primeiros vestidos.

Sua filha, Verônica, participou de Chaves. Você queria que seus filhos seguissem a mesma carreira que você?
Tanto Verônica, de 37 anos, quanto Gabriel, de 36, são atores, mas se deram conta do difícil que é essa carreira. Além de ter que “fazer gols” diariamente, nos ausentamos muito de casa, e eles tem consciência do quanto é duro ser filho de ator. Ele não era simplesmente Gabriel Fernandez, era o “filho da Chiquinha”. Então, eles foram mais inteligentes, estudaram e montaram uma gráfica digital juntos, que vai muito bem, graças a Deus.
 

Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha do Chaves, conta detalhes da briga com Bolaños

Maria Antonieta: “Como Chiquinha tenho mais dinamismo, alegria, vontade de viver”
Foto: Lourival Ribeiro / SBT

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O que você gosta de fazer quando não está trabalhando?
Gosto de ficar em casa, passar o tempo com minha família e dormir muito, muito! Também adoro ficar no computador até bem tarde, umas 3 da manhã. Atualmente eu moro no México, mas penso em me mudar em breve para Miami.

Você é uma avó que mima muito?
Não sou uma avó, sou mais uma amiga. Brincamos muito, eu os abraço, beijo e quando me enchem, digo adeus e os mando pra casa. Não sou o tipo de avó de tempo completo. Também compro muita porcaria pra eles, risos! Meus filhos dizem: “o natal já nem tem mais graça, porque a senhora os enche de presentes o ano todo!”

E eles devem amar a Chiquinha, né?
Por Deus, eles gostam muito dela! Por eles, eu estaria o dia todo vestida como ela e eles viveriam no circo comigo. A mais velha, Fernanda, tem 11 anos, e Andrea tem 9. Depois tem o Gabriel de 7 e a Luiza, que é idêntica a mim fisicamente e de caráter. Se eu estivesse morta, meus filhos pensariam que eu tinha reencarnado nela! E o caçula de um ano é o Jerônimo.

Você se sente mais nova quando está vestida de Chiquinha?
Sim, se não me sentisse mais jovem, não teria como interpretar a uma criança. Como Chiquinha, tenho mais dinamismo, alegria, vontade de viver. Sou uma senhora que tem quatro idades: a que realmente tenho, 61, a que aparento, 50, e a que creio que tenho, 40. E Chiquinha ainda tem 8! Definitivamente não sou senhora tradicional! Sou vaidosa, mas não ando maquiada quase nunca. De manhã, coloco um jeans, boné, rímel e cubra as olheiras só!

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Quem são seus ídolos?
Não gosto do futebol, mas acho que se conhecer Pelé, desmaio! Também admiro muito a Xuxa! Sempre a achei bonita, adorava suas músicas grudentas e o modo como tratava as crianças. Até gravei aquela canção dela, Chocolate, em espanhol. E apesar de tudo, admiro muito Chespirito ainda. Já tentei de todas as maneiras falar com ele, mas não me responde….

Por que acha que ele age assim?
Não se interessa, não sei, mas cada cabeça é um mundo e eu respeito. Fazer o quê? Eu estou tranquila e só lembro das coisas boas que aconteceram. As más…para que vou ficar pensando nisso? Eu as esqueço e à Chespirito, lhe tenho muito carinho e agradecimento. Tomara que antes que aconteça algo a mim ou a ele, nos deixem estar sozinhos por apenas 5 minutos mais.
 

Curiosidades

Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha do Chaves, conta detalhes da briga com Bolaños
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Maria Antonieta de las Nieves posa ao lado de Ruben Aguirre, Roberto Bolaños e Edgar Vivar, alguns colegas do elenco de Chaves
Foto: Divulgação – Televisa

· Sonhava em ser bailarina e fazia aulas de dança desde os 3 anos, mas desistiu aos 12 anos para se dedicar às novelas e às dublagens.

· Sua filha Verônica adotou o nome artístico de Patty Strevel e aos 18 anos, participou de Chaves como a garotinha bonita da vila, Paty.

· Seus episódios preferidos de Chaves são A festa da Boa Vizinhança e Férias em Acapulco.

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· Sua cachorrinha, Chiquita, sempre viaja com ela nas turnês de seu circo.

· Seu primeiro papel com Chespirito foi no quadro do Dr. Chapatín. “Era uma jovenzinha muito bonita, mas tonta. Ou seja, como eu era na vida real”, brinca Maria.

· Acabou de gravar Amar de Nuevo (2011), da Telemundo e confessa: depois de Chiquinha, este foi seu melhor papel. “Tinha cenas muito intensas”, contou ela, que nunca parou de atuar em novelas.

· Maria Antonieta passeou por São Paulo, comprou uma fitinha do Senhor do Bonfim e também a roupa que usou no Programa do Ratinho no shopping Morumbi.
 

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