Ela está empenhada em mostrar que um rostinho bonito também pode ser bem mau!
Foto: Murillo Tinoco / Divulgação
A carreira de Juliana Silveira sempre foi marcada por mocinhas. Mas o jogo mudou. Ela agora encara o desafio de dar vida à neonazista Priscila de Vitória, na Record. E, apesar de assustada com as atrocidades da personagem, garante que está preparada para ser odiada pelo público. “Nunca fui, né?! Quero sentir como é. Acho que vou ter que aumentar a terapia para duas vezes por semana”, brinca.
Aos 34 anos sendo 17 dedicados à teledramaturgia , Juliana diz que só tem motivos para comemorar a nova fase no trabalho.
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Que tal encarar a primeira vilã?
Tenho essa cara de mocinha mesmo; sei que não dá para tirar isso. Mas a Priscila chegou para mostrar meu outro lado de atriz. Estou adorando!
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Ficou assustada ao receber o convite para uma personagem como ela?
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A minha primeira reação ao ler o perfil dela foi não imaginar que isso pudesse acontecer ainda no Brasil. Primeiro me chamaram para ser a vilã, aí, foram me explicando aos poucos… Quando chegaram os textos e fui vendo a personalidade dela, eu me assustei.
Como foi o laboratório?
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Tive palestras com professores de história da faculdade da PUC-RJ. Começamos com aulas da Segunda Guerra Mundial para lembrarmos o que aprendemos no colégio anos atrás até chegar a esse perfil neonazista. E assisti a filmes de ficção sobre o nazismo. Para o lado motocross dela, aprendi a andar de moto. Os dublês ensinaram os mecanismos básicos, mas as cenas do “vamos ver” são eles que fazem, porque realmente é muito perigoso.
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Na trama da Record, ela divide a cena com os colegas Raphael Montagner (Enzo), Ricardo Ferreira (Virgulino), Augusto Garcia (Bruno) e Marcos Pitombo (Paulão)
Foto: Record/Divulgação
Gostou do que aprendeu?
Gostei e, na próxima novela, queria aprender a pilotar uma lancha. Gosto de coisas com motor, não sou muito boa com os animais, a não ser cachorro, gato… Graças a Deus que a área do cavalo não pertence à minha personagem, porque não tenho muito jeito com ele e, o pior, morro de medo.
Há algo bom na personagem?
Não encontrei ainda. Vou ficar assustada se as pessoas se identificarem com ela. Não existe perdão. Não é como o Félix (de Amor à Vida, Globo, 2013). Ela não vai se redimir no final e virar a grande mocinha da história. Ela é a vilã e ponto-final. O fim dela será triste. Não existe entrar na casa das pessoas, contar essa história para o público e essa mulher sair como heroína. Ela não é; ela é efetivamente uma vilã, uma psicopata.
Com a correria das gravações, consegue curtir o filho (Bento, de 2 anos)?
Ah, consigo! Só gravo três vezes por semana. A carga de trabalho é um pouco menor e estou mais leve por isso. Bento vai fazer 3 anos, está um rapazinho, mas, como toda mãe que trabalha fora, a gente dá os pulos para participar da vida deles.
Mesmo trabalhando muito, a atriz não abre mão dos momentos com o filho, Bento, e com o marido, o designer João Vergara
Foto: AgNews
Medo da repercussão negativa do público nas ruas?
Um pouco. Acho que serei odiada. Nunca fui, né?! Quero sentir como é. Vou ter que aumentar a terapia para duas vezes por semana (risos).
O lado ruim de Priscila tem a ver com alguma rejeição no passado?
Acho que deve ter uma história por trás. No início dos nossos estudos, tivemos uma reunião com a autora, mas ela não quis revelar. Mas acho que é uma grande sacada, porque aí a gente não fica presa a uma história específica, a gente abre o leque da interpretação e tudo pode. Achei inteligente da parte dela porque me deixa mais livre como atriz. Também não sou muito curiosa; gosto de ser surpreendida com a história.
Bento já entende o seu trabalho?
Nunca o deixei ver novela. Ele só viu Floribella (Band, 2005) porque está gravado, já que foi há dez anos. Acho que não está na idade, não entende nada ainda. Essa mesmo é que não dá para ele ver.
Como a personagem-título de Floribella
Foto: Bandeirantes/ Divulgação