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John Boyega desabafa sobre racismo na produção de Star Wars

"Eu sou o único membro do elenco que teve sua experiência na franquia baseada em sua raça", aponta o ator

Por Da Redação
Atualizado em 16 set 2020, 13h37 - Publicado em 2 set 2020, 18h09
 (Jesse Grant/Getty Images)
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O ator John Boyega desabafou sobre sua experiência enquanto ator negro na franquia Star Wars. Em entrevista para a edição britânica da revista GQ, ele contou que começou a questionar seu espaço em uma indústria que segue padrões brancos quando percebeu pessoas tentando controlar sua aparência. Durante as gravações do segundo filme da mais recente trilogia, Boyega notou que uma pessoa da equipe de stylists que havia contratado se encolhia diante de certas roupas que ele queria comprar. Seu cabeleireiro também não tinha experiência em trabalhar com cabelos como o seu, mas “tinha coragem de fingir”.

“Durante as promoções [de O Despertar da Força], eu aceitei. Obviamente, na época eu estava genuinamente feliz por fazer parte disso. Mas meu pai sempre me diz uma coisa: ‘Não pague a mais com respeito’. Você pode retribuir o respeito, mas às vezes você estará pagando a mais e se vendendo”, disse. “É algo tão difícil de manejar. Você se envolve em projetos e não necessariamente vai gostar de tudo. Mas o que eu diria para a Disney é: não traga um personagem negro à tona e o venda como muito mais importante para a franquia do que ele é para, em seguida colocá-lo de lado”.

O conselho refere-se ao desenvolvimento de Finn, seu personagem na trilogia, e que ganhou destaque no primeiro longa, mas logo se tornou completamente secundário. Mas também é válido para outros personagens interpretados por atores não-brancos e que John sente que sofreram o mesmo tratamento. Ao longo de toda a saga, apenas cinco personagens negros tiveram destaque em Star Wars. Na última trilogia, Boyega foi o único. “Vocês sabiam o que fazer com Daisy Ridley, sabiam o que fazer com Adam Driver. Mas quando se tratava de Kelly Marie Tran, de John Boyega, sabiam porra nenhuma. Então o que vocês querem que eu diga? O que eles querem que eu diga é: ‘Gostei de fazer parte disso. Foi uma ótima experiência'”.

Apesar de reconhecer que foi uma oportunidade incrível e um trampolim que trouxe coisas boas para sua vida e carreira, Boyega não esconde o contentamento em poder falar abertamente sobre essas questões. Seu objetivo é mostrar as frustrações e dificuldades em tentar trabalhar em um sistema que parece permanentemente manipulado e tóxico o bastante para interromper sonhos de infância.

“Eu sou o único membro do elenco que teve sua experiência na franquia baseada em sua raça. Um processo como esse cria raiva, muda você, o torna mais militante. Porque você percebe ‘tive esta oportunidade, mas estou em uma indústria que não está pronta para mim’. Ninguém mais no elenco tinha pessoas dizendo que iriam boicotar o filme por sua causa. Ninguém mais teve ameaças de morte enviadas para seu Instagram. Mesmo assim, as pessoas estão surpresas que eu seja assim. Essa é minha frustração”, revelou.

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