Francisco Cuoco: um astro ontem e hoje
Aos 77 anos, mais de 56 de carreira, o ator fala sobre a homenagem que recebeu da Globo, do sucesso de Rodrigo Lombardi e do remake de 'O Astro'
Francisco Cuoco viveu Herculano Quintanilha na primeira versão de O Astro, em 1977
Foto: Divulgação
TITITI – Como recebeu o convite para o remake?
Francisco Cuoco – Em primeiro lugar gostei da ideia da releitura da história, considerei um achado. E me senti muuuito honrado por estar na nova versão, já que protagonizei Herculano Quintanilha na primeira. Mas esta também tem muito impacto (risos). Emoções, paixões, ódios, brigas… O público deve estar adorando, tenho certeza.
Você viveu o apogeu como protagonista de O Astro. É difícil voltar agora num personagem diferente?
Não dá para verbalizar. É uma emoção especial, diferente de tudo que já vivi, e até procuro controlá-la para poder passar a mensagem do meu novo personagem. No caso, passar o bastão para o Rodrigo (Lombardi), o novo Professor Astro. Rodrigo é um grande ator, é gratificante demais.
E como é ver outro ator no papel que foi seu?
Encaro com naturalidade. No remake de Pecado Capital (1998) fiz o Salviano Lisboa, que na primeira versão (1975) foi do Lima Duarte. E o Eduardo Moscovis fez o papel que foi meu, o motorista Carlão. São experiências diferentes que a gente vai vivendo, mas fazem parte da vida de um ator, de uma atriz…
Criador e criatura: em cena com Rodrigo Lombardi no remake de ‘O Astro’
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E como analisa o caráter dúbio do Ferragus e do Herculano?
Os vejo como seres humanos. São complexos com as suas angústias, alegrias, ambições. A ambiguidade deles é a mesma do ser humano. Um tema até difícil de analisar.
Você e Rodrigo chegaram a conversar sobre o tipo?
Ah, muito, várias vezes. Fizemos até entrevistas juntos. Acho que Herculano Quintanilha está em excelentes mãos. Na verdade, o Ferragus nada mais é do que o Herculano 30 anos depois. Estamos muito afinados. Essa história de o personagem do passado passar o bastão para o do futuro vai ficar na memória das pessoas, vai conseguir conquistar novos telespectadores. Foi realmente uma sacada dos autores. E a história está apaixonante.
Você acredita em magia?
Ah, adoro mágica! Gostaria de saber muito mais do que me ensinaram para fazer os truques da novela. Acredito justamente nessa habilidade, nessa coisa tão misteriosa que é a mágica e o ilusionismo.
Clô e Olavo: Em 2010, o ator divertiu o público ao lado de Irene Ravache em ‘Passione’
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Se você tivesse o poder do ilusionismo o que faria?
Ah, mudava todo o Brasil (risos). Principalmente Brasília.
Como analisa o texto do Geraldinho e do Alcides comparado ao de Janete?
Nossa, está muito fiel. Mas trata-se de uma releitura atualizada, o que é bom. Se bem que a Janete sempre foi uma autora à frente do seu tempo. Até por isso foi possível uma readaptação. Na verdade é uma obra que tem sua raiz na Janete, mas a linguagem própria do Geraldinho e do Nogueira.