Filme sobre menstruação vence Oscar
O documentário vencedor do Oscar fala de como a menstruação interrompe a educação de garotas em países pobres
Para algumas meninas, o período menstrual (e todos os seus sintomas) provoca alguns dias de falta à escola. Mas, em países com taxas de pobreza altíssimas, meninas menstruadas podem ficar longe da escola para sempre.
É assim que a diretora iraniana de Period. End of Sentence (veja o trailer), Rayka Zehtabchi, descreve o documentário que venceu o Oscar na categoria. A falta de produtos de higiene, principalmente de absorventes, nesses lugares impede que as garotas possam frequentar a escola normalmente. Para piorar, elas usam tecidos sujos, folhas e até cinzas para impedir que o sangue se espalhe. Essas alternativas aumentam riscos de infecções graves, que as deixam doentes e podem levar à morte. Entre tantas variáveis que impedem o crescimento da educação feminina – e de todas as vantagens trazidas pela escolarização – essa questão biológica pode ser resolvida.
Uma máquina que produz absorventes biodegradáveis é a resposta. Além de levar os produtos higiênicos a essas meninas, a máquina exige trabalhadoras treinadas, dando a mulheres da região ensino técnico e um emprego, promovendo independência financeira. Ao mesmo tempo, especialistas de ONGs dão cursos para tirar o estigma da menstruação.
O documentário produzido pela estudante universitária de 20 anos Claire Sliney retrata a implementação de uma dessas máquinas na Índia. O palco se encheu de mulheres quando o Oscar foi anunciado esta noite. Rayka, sem segurar as lágrimas, disse que não estava chorando por TPM (um cutucão óbvio em comentários machistas comuns), mas porque um filme sobre menstruação havia vencido a estatueta. Com essa visibilidade as mulheres querem atrair mais doadores que possibilitem a implementação de mais máquinas em outras regiões do mundo.
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