Evan Rachel Wood é uma atriz e cantora que não tem medo de dizer o que pensa, muito pelo contrário. Neste ano, por exemplo, foi notável a atitude dela de apenas usar ternos no tapete vermelho. De acordo com ela, não era um protesto contra os vestidos, apenas uma forma de mostrar para outras mulheres e garotas que elas não são obrigadas a nada.
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E, nesta terça-feira (18), ela voltou a ser notícia por chamar atenção para outra causa notável: o privilégio masculino em Hollywood. Normalmente as discussões sobre o tema giram em torno, principalmente, das diferenças salariais entre homens e mulheres, além de, claro, da falta de representatividade delas por trás das câmeras.
Mas tem mais, é preciso falar sobre os tipos de papéis que são oferecidos para elas versus os que são oferecidos para eles. Foi exatamente o que Evan fez.
Tudo começou quando, no sábado passado, durante o LGBT Film Festival, em Los Angeles, o diretor do filme “Procura-se Amy” Kevin Smith, resolveu revelar alguns comentários feitos por Ben Affleck, estrela da produção, após gravar uma cena na qual beijava o ator Jason Lee. “Um homem beijando outro homem é o maior desafio que um ator pode enfrentar. Agora eu sou um ator sério”, disse Ben.
Claro, após o comentário um tanto heteronormativo, vários veículos jornalísticos começaram a repercutir a entrevista. E o tuíte da revista Paper chamou a atenção da atriz de “Westworld”.
“Ben Affleck diz que o beijo gay é “o maior desafio que um ator pode enfrentar”, dizia o tuíte. A resposta de Evan? A melhor possível: “Tente fazer uma cena de estupro. E vê se cresce, Ben”. A resposta da atriz ganha um peso ainda maior porque, como ela mesma revelou em carta aberta no final do ano passado, ela já foi estuprada em duas ocasiões e, por causa disso, tentou o suicídio. Imagina reviver isso em uma cena?
Ah, e não ficou apenas nisso, não. “Você também acha que nós mulheres gostamos de todos os caras que beijamos? Não é por ser um ‘beijo hétero’ que significa que gostamos”, escreveu a atriz.
Após um tempo, Evan resolveu apagar os tuítes. De acordo com ela, por causa das respostas de ódio que estava recebendo de alguns seguidores.
Como um seguidor dela pontuou, o comentário foi feito há 20 anos por Ben e, talvez, ele tenha crescido mesmo, reconhecido os privilégios dele como homem e percebido que existem coisas muito mais desafiadoras na profissão do que um beijo.