Emilia Clarke, protagonista de Game of Thrones, fala sobre final da série
Em entrevista exclusiva a CLAUDIA, a atriz Emilia Clarke revela planos após a série, cuja última temporada estreia no domingo, 14 de abril
Nem todo mundo sabe, mas antes dessa versão que conhecemos de Game of Thrones, uma outra foi gravada, um episódio piloto nunca revelado. O motivo de tanto mistério? Foi considerado péssimo e quase que inteiramente refeito. Para o papel de Daenerys Targaryen, até então interpretado pela inglesa Tamzin Merchant, chamaram a novata Emilia Clarke. Aos 21 anos e recém-formada, ela não imaginava o que lhe renderia a série inspirada nos livros de George R.R. Martin, que estreia no domingo, dia 14, sua última temporada, na HBO. Chegou a fazer a dança da galinha e do robô no teste de câmera diante dos criadores do fenômeno televisivo David Benioff e D.B. Weiss – uma piada dos dois que ela, ingênua, não entendeu na hora. “Não sabia nada da indústria, nunca tinha pisado num set”, disse a atriz em entrevista a CLAUDIA. “Nos primeiros encontros com a imprensa, fiquei petrificada”, conta.
Agora, aos 32 anos, a inglesa é um símbolo da força feminina para fãs de seu trabalho. A personagem cresceu junto com ela. De jovem vendida pelo irmão e abusada sexualmente, tornou-se uma das principais candidatas ao Trono de Ferro, o símbolo máximo do poder no universo de fantasia. “Foi uma jornada extraordinária. Fico extremamente feliz ao pensar que Daenerys pode ter impacto em outras pessoas”, afirma a atriz, que recentemente revelou ter tido dois aneurismas durante as filmagens das três primeiras temporadas da série. Foram várias cirurgias e diversas semanas no hospital. A recuperação – rara nesses casos – foi completa.
Diferentemente de sua poderosa intérprete, a “mãe dos dragões”, como Daenerys é conhecida pelo público por criar os bichos na série, nem sempre é tão inspiradora. Quem se recusa a se ajoelhar diante dela morre queimado. Cabeça quente, tem poucos amigos e raramente demonstra algum sinal de alegria. É totalmente o oposto de Emilia, cujos sorrisos deixam seus grandes olhos azul-esverdeados pequeninos. Ela é tão expressiva que as sobrancelhas parecem ter vida própria de tanto que se movimentam enquanto ela fala. Os cabelos naturalmente castanhos ajudam a distanciá-la da personagem, e ela jura que é pouco reconhecida nas ruas. “Levo uma vida muito normal. Vou ao pub, ando com meu cachorro. Adoraria dizer que saio por aí com meus dragões de estimação, mas não é verdade”, diverte-se.
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O jeito doce só não é tão óbvio no set, quando está rodeada por homens – algo comum em sua carreira, que inclui, além de Game of Thrones, O Exterminador do Futuro: Gênesis e Han Solo – Uma História Star Wars. “Sou competitiva. Meu irmão mais velho sabe bem”, revela. “Não me assusto facilmente. Também não tenho medo de desafios nem de sujar as mãos. Não sou a garota preocupada em não molhar o vestido.” Tira de letra cenas de ação com armas pesadas e até já simulou comer o coração de um cavalo no seriado. “Só tenho medo de barata, mas ainda assim não faria escândalo se estivesse na frente de um homem.”
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Filha de uma diretora de ONG e de um engenheiro de som teatral, que morreu em 2016 de câncer, Emilia decidiu que seria atriz aos 3 anos, após assistir a uma peça em que o pai estava trabalhando. “Quando era criança, parecia ser a coisa mais fácil do mundo. Depois da escola de artes dramáticas, entendi que teria que me esforçar muito para conseguir ser atriz e sobreviver da profissão. Mas também tive sorte porque Game of Thrones veio em seguida.” Precisou aprender, entretanto, a lidar com a rejeição por causa da carreira. Nem todos os testes dão certo. “Se eu fosse mais jovem, com certeza seria mais complicado. E mantenho por perto amigos e minha mãe para me lembrar de que se trata apenas de trabalho.”
O mantra das pessoas próximas não ajudou tanto recentemente. Como desde 2011 ela mergulha nesse universo perigoso e mágico, o fim da série foi difícil de encarar. Contudo, a atriz está animada para seguir adiante. Afinal, foi ela quem teve maior projeção com o tempo na TV. Ainda este ano aparece na comédia romântica Last Christmas, ao lado de Emma Thompson e Henry Golding. Como Daenerys, aprendeu que precisa tomar o destino nas mãos. Então, está atrás de roteiros de comédia. “É um momento extraordinário, em que estamos sedentas não apenas por protagonistas femininas mas também por diretoras e roteiristas mulheres. Vou por esse caminho.” Emilia definitivamente não é mais a menina que fez a dança da galinha diante dos criadores de Game of Thrones.
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