Eduardo Pires na pele de personagens que sofrem por amor
Na vida real, o ator de Luz do Sol prefere mulheres que tomem a iniciativa
Em Sinhá Moça, José Coutinho queria se
casar com a escrava Adelaide sem
autorização do pai
Foto: João Miguel Jr.
O Vicente de Luz do Sol passou maus bocados quando era apaixonado pela “irmã”, Drica (Luma Costa). Sofreu, chorou… Agora, o rapaz deve engatar um romance com Isabela (Karen Marinho) para poder ter um final feliz. Eduardo Pires, de 26 anos, confessa que na vida real é muito tímido com as mulheres. “Tenho uma timidez absurda na hora da conquista. Até prefiro que elas cheguem em mim”, diz. Mas, ele tem seus métodos, que pelo visto são eficientes. “Sinto muito medo de agredir a mulher. Não quero me prestar ao papel de fazer uma cantada grosseira. Só me aproximo quando sinto que está certo. Não sou atirado, mas vou pelas beiradas”, explica Eduardo, que está namorando há um ano e sete meses. “Ela é atriz, mas não está na mídia”, despista o moço.
Amores complicados
Em sua primeira novela na TV, Começar de Novo (2004), Eduardo inaugurou uma série de personagens que sofreriam por amor. Naquela trama das 7, seu personagem, Abel, apaixonou-se por uma moça, mas sua avó Lucrécia (Eva Wilma) era contra o romance por causa da diferença social entre eles. Mais tarde, em Sinhá Moça (2006), na pele de José Coutinho, ele quis se casar com a escrava Adelaide (Lucy Ramos). O pai do rapaz fez de tudo para separá-los. E agora em Luz do Sol, Eduardo enfrentou nada menos que um incesto. “Tudo bem que o Vicente e a Drica não são irmãos biológicos, mas cresceram juntos… Existe um incesto social aí”, opina o ator, que ainda viveu no filme Cazuza (2004) um amor homossexual. Colecionador de relações difíceis na ficção, Eduardo também viveu isso de verdade. “Tive uma namorada que a minha família não gostava. A família dela também não gostava de mim. Foi bem complicado. Não tivemos um final feliz”, conta.
Beijo gay
Na época de Cazuza, deu o que falar o beijo entre Eduardo e o protagonista do filme, Daniel de Oliveira. “As pessoas só me perguntavam sobre isso”, lembra o ator. “Quando dou uma entrevista, tenho muita preocupação com o que falo. Imagina se chego para um repórter e digo que foi muito difícil beijar o Daniel porque sou macho e tal. Dessa forma, estaria contribuindo para um preconceito horroroso. E eu sabia que adolescentes leriam minhas declarações”, avalia ele, que não teve medo de que as pessoas o julgassem gay. “Não sou viado e não tive problema em fazer o personagem. Foi uma das minhas melhores cenas”, afirma.
De volta aos bancos escolares
Logo depois de Começar de Novo, Eduardo fez uma pequena participação em Malhação, como um vestibulando cheio de conflitos, que queria ser ator e foi obrigado a fazer medicina. “Prestei vestibular para arquitetura, mas não passei. Nem fiquei triste porque sabia que não era a minha praia. Entrei para um curso de teatro e descobri o que queria. Aí, me profissionalizei”, diz. Mas, há dois anos, o ator sentiu necessidade de estudar. “Entrei para a faculdade de Ciências Sociais. Tive que trancar por causa da novela, mas estou adorando. Ele ainda conta que se sente um privilegiado no meio artístico. A profissão de ator é difícil. Existe um grupo de privilegiados e, graças a Deus, estou conseguindo me firmar nesse grupo. Se você está fora, tem que ser ator e caixa de banco, ator e vendedor de loja…”, lamenta Eduardo.