Conheça melhor Idris Elba, eleito o homem mais sexy do mundo
Em entrevista exclusiva à CLAUDIA, ator fala de suas origens, filhos e das aventuras como produtor e diretor
O britânico Idris Elba demorou para conquistar sucesso internacional. Morou em sua van e fez bicos como operário em fábrica. Após a grande virada, em uma série televisiva, escolhe personagens que o desafiem – em agosto, estreia num spin-off de Velozes e Furiosos.
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O olhar penetrante entrega imediatamente por que Idris Elba, 46 anos, recebeu o título de homem mais sexy do mundo pela revista People. Cativante e charmoso, o britânico diverte-se com a nomeação. “Não acho que seja unanimidade, que todos me achem sexy. E, de qualquer maneira, é temporário; ano que vem outra pessoa será eleita”, diz, modesto, em entrevista a CLAUDIA. “Eu me enxergo como o mesmo cara de sempre”, completa.
Quem não achou a menor graça foi Isan, a filha de 17 anos – fruto de seu primeiro casamento, com a maquiadora Hanne Norgaard. A garota ficou envergonhada com o pódio da sensualidade. “Coisa de adolescente, né?”, diverte-se ele, que também é pai de Winston, 5, do relacionamento com a cabeleireira Naiyana Garth. Babão, Idris derrete-se em elogios aos herdeiros, em especial a Isan, que foi embaixadora do Globo de Ouro este ano e conseguiu 180 mil reais em doações para uma entidade dedicada à conscientização sobre saúde mental.
O interesse da menina pelo tema surgiu após a mãe ser diagnosticada com depressão e transtorno bipolar. “Minha filha é incrível, sabe o que quer. Tento apoiá-la de todas as formas possíveis para que ela tenha confiança em si mesma e siga o caminho que desejar”, comenta Idris.
O ator fala por experiência própria. Apesar da autoestima que exibe hoje e de todo o reconhecimento, ele sofreu na adolescência. “Tinha muitas inseguranças”, explica. “Mas, quando decidi ser ator, percebi muito rapidamente que teria que acreditar em mim mesmo. Senão, ninguém levaria meus personagens a sério. Claro que, como todo mundo, até hoje tenho momentos de instabilidade, porém é diferente daquela época.”
Origem e carreira
Nascido em Hackney, no leste de Londres, Idris é o filho único de um casal de imigrantes africanos. A mãe é de Gana e o pai, morto em 2013, era de Serra Leoa. O garoto descobriu o teatro na escola e então trocou seu nome original, Idrissa, que considerava muito feminino, por aquele que conhecemos hoje.
Ele faz questão de mostrar o orgulho que sente de suas raízes. “Meus pais me educaram para respeitar minhas origens. Amo a África, é parte de quem sou”, afirma ele, que tem uma tatuagem de um leão dentro de uma estrela, símbolos dos países onde seus pais nasceram.
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Idris sempre foi criativo e cheio de imaginação. Assim, conseguiu uma bolsa para estudar artes dramáticas. O abono financeiro foi oferecido pelo príncipe Charles. Por uma dessas coincidências do destino, Idris atualmente é amigo do filho de Charles, o príncipe Harry. Foi DJ no casamento dele com a atriz Meghan Markle.
Tocar em eventos, aliás, é uma função que ele exerce há anos. No começo da carreira, era um jeito de se sustentar enquanto a atuação não dava retorno. Mas, ainda hoje, sempre que pode, assume os pickups de festas e até de grandes festivais, como o Coachella, usando o nome de Big Driis. Ele já declarou que essa foi sua primeira paixão. “Fazer música é um processo diferente do cinema, envolve menos pessoas. É um trabalho mais pessoal, que posso levar no meu ritmo.”
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Para juntar grana, Idris também foi trocador de pneus e cumpriu turnos noturnos como operário em uma fábrica de automóveis, como seu pai. Por um tempo, dormiu no sofá de amigos e morou dentro de sua van. Admitiu ter trabalhado como porteiro em grandes clubes de comédia e até ter vendido maconha.
A vida amorosa de Idris Elba
O sucesso chegou com The Wire, série da HBO que estreou em 2002 e mostrava embates entre a polícia e traficantes de drogas na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos. Idris interpretava um traficante que assumira a liderança de uma região após o chefe ser preso.
O ator havia se mudado para os Estados Unidos alguns anos antes para aumentar suas chances na carreira. Funcionou. Agora, o lar varia de acordo com as filmagens do futuro papel. Já teve uma casa com jacuzzi no quintal em Los Angeles e encarou também os dias chuvosos londrinos.
Tem como companhia a modelo americana Sabrina Dhowre, 29 anos. Eles se conheceram em 2016, quando ele trabalhava no Canadá gravando Depois Daquela Montanha, com Kate Winslet. Idris pediu Sabrina em casamento no ano passado, na pré-estreia de Yardie, seu primeiro trabalho como diretor, pegando todo mundo de surpresa (inclusive a noiva).
Ele havia dado declarações de que não se casaria novamente após duas uniões. As bodas do par foram celebradas no Marrocos em abril, em uma comemoração que durou três dias. “Apenas me apaixonei por alguém com quem queria estar casado”, justifica.
Principais trabalhos e personagens
Yardie é baseado em um livro lançado em 1992, quando Idris tinha 20 e poucos anos. Ele se lembra de a obra ter causado comoção entre os amigos e de ter tomado uma cópia emprestada de um deles para ler. A história é sobre um garoto jamaicano que se muda para um bairro violento de Londres e se envolve com o submundo da cidade.
Há muitas coincidências entre o diretor e o personagem principal. Ambos cresceram na mesma região e trabalharam como DJ para se sustentar. Quando sugeriram a ideia do projeto a Idris, ele topou na hora. Entretanto, passaram-se cinco anos até que tudo se encaixasse e o resultado saísse.
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O britânico também produziu duas séries que mostram seu lado mais leve, mas ainda entregam detalhes de sua trajetória: In the Long Run, que retrata uma família de imigrantes se acostumando a morar em Londres, um tipo de autobiografia com licenças poéticas; e Turn Up Charlie, sobre um DJ.
“Hoje em dia se espera que você faça a própria versão das histórias. Então estou tentando me dedicar a mais projetos que eu mesmo criei”, explica. “E eu gosto de me desafiar, experimentar coisas que nunca fiz. O sucesso não mudou minha vida, só que agora tenho mais oportunidade de me arriscar.”
Este ano ele voltou a interpretar o detetive obsessivo Luther, na série de mesmo nome da BBC disponível na Netflix. E é o vilão em Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw, spin-off da franquia centrado nos personagens de Dwayne Johnson, The Rock, e Jason Statham, que estreia no início de agosto.
Brixton, personagem de Idris, se autodenomina “o super-homem negro”. “Ele é um soldado que virou um mercenário. É parte humano, parte robô”, explica o ator, que faz cenas de ação incríveis, perfeitas para saciar sua paixão por velocidade. “Brixton acha que é indestrutível. É inteligente, rápido, forte. E tem um ego grande. Ele se ama e tem muito orgulho de si mesmo.” Da reflexão sobre o papel, tirou pontos em comum com Brixton. “Acredito em minha capacidade, assim como ele. E não estou nem aí para críticas”, conta.
Há anos, é o nome de Idris que surge toda vez que rolam especulações a respeito do próximo 007. E, se fosse verdade, seria um marco do cinema – o primeiro ator negro no papel do agente secreto James Bond, hoje responsabilidade de Daniel Craig. Sobre os boatos, o britânico desconversa. Já postou mensagens enigmáticas em suas redes e revelou que tem medo de ficar preso ao personagem, de não conseguir mais papéis de outros perfis. Deve, porém, aparecer na versão para as telonas do musical Cats e no próximo filme da série Esquadrão Suicida.
O trabalho é tanto que o ator não tem tirado férias – só conseguiu uma brecha para fazer um safári em acomodações ecológicas, na Tanzânia, durante a lua de mel. Não pôde nem vir à Bahia, viagem que estava nos planos. “Alguns amigos disseram que é um dos lugares mais lindos do mundo”, conta o ator. “E eu gosto de música brasileira, que tem forte influência da percussão africana”, continua. Sempre é tempo de conhecer e curtir a Bahia, Idris. Estamos esperando você.
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