Chay Suede: “já contei piadas machistas que me envergonham”

O ano de 2017 tem sido agitadíssimo para Chay Suede. Em março, o ator estreou como protagonista de uma novela da Rede Globo, a Novo Mundo, na faixa das 6, como o arlequim Joaquim. No segundo semestre, será visto nos cinemas como Erasmo Carlos em Minha Fama de Mau, cinebiografia do cantor dirigida por Lui Farias. Chay ainda deve debutar como diretor em breve, à frente do longa O Eremita, em fase de pós-produção. E teve uma conquista pessoal que não poderia passar sem registro: também em março, ele pediu em casamento a atriz Laura Neiva, sua namorada há dois anos.

Roobertchay Domingues da Rocha Filho, o nome que se lê no RG deste capixaba nascido em Vila Velha, tem, aos 25 anos, uma trajetória respeitável. No começo da década, despontou como cantor no programa Ídolos, na Record, e em seguida foi para o elenco da novela Rebeldes, na mesma casa. Logo virou um ícone do público teen e chamou a atenção da Globo. Em 2014, foi cooptado pelo canal carioca e, no mesmo ano, interpretou o personagem de Alexandre Nero quando jovem em Império. Depois vieram as novelas Babilônia (2015) e A Lei do Amor (2016). Ao que parece, a emissora vai colocá-lo no ar ano sim, ano também. Não que a gente se incomode, é claro.

Você acha que influencia pessoas a se vestir como você?
Sei que alguns vão amar uma peça que escolhi hoje e vão odiar algo que eu vestir amanhã. Uso o que encontro no meu guarda-roupa, sem pensar no que as pessoas vão achar. A verdade é que tenho um estilo mais singular. Gosto de usar calça jeans e bermudas curtas no dia a dia e, quando faz calor, opto por camisas bem abertas.

Sua namorada, a Laura Neiva, que, além de atriz, é fidèle da Chanel, palpita no jeito como você se veste?
Ela liga pouquíssimo para moda e, talvez por isso, a Chanel goste tanto dela. Jamais me daria uma dica a respeito.

Você está com 25 anos, ela com 23. Pouco tempo atrás, anunciaram que vão se casar. Muita gente achou cedo?
Faz todo sentido que as pessoas pensem que nessa idade o casamento ainda está muito longe. Mas é uma decisão muito individual. E, para nós, não está distante.

Você levou para sua vida algo do filme Minha Fama de Mau?
Uma camisa de linho, com duas listras amarelas grossas, que era do figurino. Fora isso, mais nada, tanto em matéria de estilo como de comportamento. Ele se passa entre 1957 e 1967, uma época bem restrita. Mas foi um filme especial. Conheci o Erasmo num dia e, por coincidência, recebi o convite para interpretá-lo no dia seguinte. Ele não sabia que o papel seria oferecido a mim e foi maravilhoso comigo. Sou fã dele desde garoto.

Este ano também deve marcar sua estreia como diretor. Que tal a experiência?
O roteiro foi escrito há um tempo pelo meu pai, Roobertchay Domingues. Sem vivência no cinema, ele fez cursos e montou, sem falar comigo, uma equipe para filmar. Quando estava quase tudo pronto, me chamou para dirigir. Topei na hora. É um filme dramático e artístico. Foi um trabalho em família fantástico.

Como você analisa o episódio de assédio sexual envolvendo o ator José Mayer?
O machismo está impregnado em nossa cultura e o que aconteceu comprova o quanto precisamos vigiar nossas atitudes. É necessário mostrar como esse comportamento é prejudicial. Nunca fiz nada parecido ao que foi relatado, mas já tive atitudes e contei piadas machistas que me envergonham.