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Autor de ‘A Culpa É Das Estrelas’ desabafa: “Precisamos parar de romantizar as doenças mentais”

John Green usou as redes para falar sobre como é "glamoroso" sofrer com depressão, transtorno de ansiedade e outros distúrbios psiquiátricos.

Por Gabriela Kimura
18 out 2016, 12h18 • Atualizado em 15 abr 2024, 08h30
Cooper Neill / Stringer / Getty Images (/)
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  • Conhecido pelos best-sellers A Culpa É das Estrelas e Cidades de Papel, o escritor norte-americano publicou uma carta aberta sobre sua opnião em relação a forma como a sociedade trata os distúrbios mentais.

    John Green, que ficou famoso por seus livros que viraram filmes, falou sobre como lidar com sua depressão nada teve a ver com momentos tão “gloriosos” como os clipes de Lana Del Rey podem nos fazer acreditar.

    No texto, entitulado de “My NerdCon stories talk about depression and creativity” (em tradução livre, “Minhas histórias da NerdCon falam sobre depressão e criatividade“), John relata como foi sua experiência durante um período tão difícil.

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    “Em julho de 1998, eu morava em uma cidade chamada Moose Pass, no Alasca e, depois de um término de namoro, eu mergulhei na depressão. Não achei nada ‘agradável’ a luta diária para sair da cama, o que era normal. É profundamente entediante e absolutamente excruciante. A depressão, escreve [Susan] Sontag, é a melancolia – sem o charme.”

    Na época, ele trabalhava em uma loja de souvenirs/sorveteria, vendendo filtros dos sonhos e facas para caça. E há um pensamento que John tenta evitar a todo custo, mas que se repete diariamente: de entrar na loja, abrir a vitrine e esfaquear-se.

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    Esses pensamentos, chamados intrusivos, são comuns para todas as pessoas. Eles se tornam piores para quem tem Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), parecendo incontroláveis, como pontua o autor.

    “Por anos eu me sinto terrivelmente frágil. Fumo cigarros compulsivamente, às vezes 50 ou 60 por dia. Luto para socializar, manter meu apartamento limpo, levar o lixo para fora. Melhoro lentamente e, enquanto estou melhorando, eu sinto que não estou nada bem, como se estivesse afundando novamente. Mas não estou, na verdade. Até que estou.”

    Dentre os relatos de sua história, o intuito de Green não é “sensibilizar” as pessoas com seu sofrimento. Pelo contrário, ele quer que a sociedade entenda que não há glamour algum em ter depressão, transtorno de ansiedade, bipolaridade ou qualquer outro distúrbio.

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    “As doenças mentais são, sim, estigmatizadas, mas também romantizadas. Constantemente ouvimos que a genialidade se aproxima da insanidade; vemos Carrie Mathison [Claire Danes] em Homeland parar de tomar seus remédios para descobrir quem são os terroristas e salvar a América.”

    Ainda que muitos artistas tomem a decisão de tornar pública a realidade de quem vive com transtornos psiquiátricos, não é o mesmo que dizer que “todo mundo que é brilhante, é louco”. E por isso John decidiu escrever.

    Também “convencido pela romântica e perigosa mentira”, o autor decidiu largar a medicação para tentar escrever um livro no ano passado. Como afirma, ele culpava os remédios pela “falta de inspiração” e, embora envergonhado, admite que não escreveu absolutamente nada no período sem eles – e que, pior ainda, acabou se afundando mais.

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    “Por fim, sinto que romantizar a saúde mental é tão perigoso e destrutivo quanto estigmatizá-la. Então, quero dizer que, sim, eu tenho uma doença mental. E não tenho vergonha disso. E escrevi meu melhor trabalho não quando estava à beira do precipício, mas quando tratei meu problema crônico de saúde com uniformidade e cuidado. Obrigado.”

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