Morreu nesta manhã de sábado (5), aos 72 anos, a atriz Marília Pêra. A estrela, que lutava há dois anos contra um câncer, faleceu em casa ao lado da família. Ela deixa o marido,o economista Bruno Faria, e os filhos Esperança, Nina e Ricardo.
Em 2014, a atriz já havia se afastado do trabalho devido a um desgaste ósseo no quadril. Neste ano, no começo de novembro, quando surgiram boatos de que ela não estaria bem, a TV Globo divulgou que ela apenas seguia uma agenda de exames de rotina.
O velório será no Teatro Leblon, sala Marília Pêra (Rua Conde de Bernadote, 26 – Leblon), a partir de 13h, também neste sábado.
Na telinha, nas telonas e nos palcos
Marília Pêra era uma artista completa: além de interpretar, também cantava, dançava, produzia e dirigia. Ao longo da carreira, somou mais de 50 peças, quase 30 filmes e 40 novelas, minisséries e programas de TV.
Sua primeira vez nos palcos foi aos quatro anos, ao lado dos pais, os atores Manuel Pêra e Dinorah Marzullo, em uma montagem de Medeia. Já durante a adolescência, enquanto estudava teatro, também fez aulas de balé e piano. Como bailarina, atuou em musicais como “Minha Querida Lady” (1962), ao lado de Bibi Ferreira, e “O Teu Cabelo Não Nega” (1963), biografia de Lamartine Babo, interpretando Carmen Miranda.
Ainda no teatro, Marília encenou montagens que não saem da memória dos fãs, entre elas “Onde Canta o Sabiá”, “Se Correr o Bicho Pega”, “A Ópera dos Três Vinténs”, “O Barbeiro de Sevilha” e “Mademoiselle Chanel”. Ganhou duas vezes o Prêmio Molière: em 1974, por “Apareceu a Margarida”, e em 1984, por “Brincando em cima daquilo”.
Em 1965, foi contratada pela TV Globo. Tratava-se do elenco inaugural da emissora. Por lá, protagonizou as novelas “Rosinha do Sobrado” e “Padre Tião”. Além dessas tramas, também roubou a cena em “O Cafona” (1971), “Uma Rosa com Amor” (1972), “O Primo Basílio” (1998), “Lua Cheia de Amor”(1990), “Cobras & Lagartos”, “Duas Caras” (2007) e “Ti Ti Ti” (2010).
Marília Pêra destacou-se ainda no cinema. Estrelou filmes como “Pixote, a lei do mais fraco” (1980), “Bar Esperança” (1983), “Tieta do agreste” (1995), “Central do Brasil” (1996) e “O viajante” (1998). Neste ano, ela foi a grande homenageada da 43ª edição do Festival de Gramado, evento que é referência em cinema no país.
Seu último trabalho nas telinhas foi na série “Pé na Cova”. Na comédia, Marília viveu Darlene, uma das personagens principais da história. Miguel Falabella, seu companheiro de elenco e autor do trabalho, escrevia uma nova obra, que seria protagonizada por Marília. Na história, a estrela viveria a mulher de um político decadente e aplicaria uma série de golpes para manter as aparências – sempre com muito bom humor, é claro.