Alexandre Frota: o bad boy sai de cena
Ele abre o jogo sobre drogas, sexo, pornô, traição, Claudia Raia e muito mais
Alexandre Frota afirma que hoje tem limites
Foto: Cida Souza
No final do ano passado, Alexandre Frota chegou para esta entrevista na Record, em São Paulo, de peito aberto. Estava disposto a falar sobre tudo, inclusive das polêmicas nas quais já se envolveu nesses 45 anos de vida intensa. Sem o menor pudor, o hoje ator, diretor assistente e colaborador artístico da Record, onde está há três anos, falou da década em que mergulhou no mundo das drogas, do pesadelo que foi para ele fazer 12 filmes pornôs, do pavor da aids, do resultado assumidamente negativo que tudo isso gerou em sua carreira e muito mais. De cara limpa, alma lavada e extremamente grato à Record, que lhe abriu os braços na fase mais crítica de sua existência, Frota mostra-se outro homem. Tire você mesmo as suas conclusões a partir desse bate-papo cheio de revelações bombásticas.
tititi Vendo você a mil por hora, temos a impressão de que você está feliz…
Alexandre Frota Estou e muito. Justamente por estar trabalhando como nunca trabalhei na minha vida.
Você parece ser outra pessoa. Tem a noção disso?
Tenho. Lembro que há uns quatro anos, no programa do Gilberto Barros (o extinto Boa Noite Brasil, da Band), quando eu estava fazendo os filmes (pornôs) você me perguntou se eu não tinha limite na vida. E eu respondi que não. Olha que absurdo! Como é que um cara, um artista, declara em horário nobre, num programa de audiência visto por crianças e jovens, que não tem limites (na ocasião Frota afirmou, inclusive, que não usava preservativo para fazer os filmes)? Hoje, depois de tudo que aconteceu na minha vida, digo que tenho limite, sim, graças a Deus.
E passou por tudo o que exatamente?
Ah, a minha vida foi sempre cheia de altos e baixos, de conquistas e perdas. Por muitas vezes fui rico, depois fiquei pobre… Passei por coisas conturbadas, divergências criadas, polêmicas… Mas também tive coisas muito boas. A Record, por exemplo, foi a única emissora que abriu os braços pra mim, de verdade. E eu tenho uma gratidão enorme por essa casa. Não estou falando isso porque tô aqui hoje contratado, não. Mas eu devo a felicidade do meu atual momento, a pessoas como a Leonor Corrêa, que foi diretora do Márcio Garcia, e hoje é do Rodrigo Faro em O Melhor do Brasil. Foi ela quem me chamou há três anos e falou: Frota, você não pode ficar fora da televisão.
As pessoas curtiram a sua chegada?
Nem todas. Falavam até pra mim: O Frota está acabado… É um absurdo ele ter um dia protagonizado novela da Globo (lá ele fez, por exemplo,Vereda Tropical, em 1984, e Sassaricando, em 1987) e hoje estar atuando como assistente de palco no As Aparências Enganam. Enfrentei preconceito tive de provar dia após dia que era digno daquele voto de confiança, que era capaz. O próprio Márcio e o Paulo Franco, diretor de programação da emissora, que apostou em mim por meio de um contrato, me deram muito apoio.
E aí você não parou mais…
É, passei a fazer o Bofe de Elite graças a um convite do Tom (Cavalcanti). Comecei como ator, e no final da temporada, com a autorização do Bruno Gomes, diretor geral e criador do Bofe, estava escrevendo o quadro, ajudando na escolha do elenco e idealizando e produzindo as histórias com o Tom. Depois, conversei com o Vildomar Batista (diretor geral do Hoje em Dia e do Show do Tom), dei idéias para o Hoje em Dia e aqui estou criando e produzindo meus especiais….