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Esta série da Netflix é linda e uma verdadeira pérola escondida

Com ares de "Sessão da Tarde", "Anne With an E" é um respiro de ar puro no meio das produções atuais.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 17 jan 2020, 15h37 - Publicado em 22 set 2017, 16h34
 (Divulgação/Netflix)
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Quase ninguém fala sobre “Anne With an E”, série original da Netflix que estreou este ano sem muito alarde. É uma pena. A produção impecável, baseada num popular romance canadense de 1908 chamado “Ana dos Cabelos Ruivos”, é muito mais do que uma pérola escondida dentro da plataforma de streaming, é uma das melhores coisas da TV em 2017.

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Não, não é um seriado caríssimo cheio de dragões ou efeitos especiais e, quem estiver procurando por isso, certamente, vai se decepcionar. É uma história que ganha pela despretensão, quase como um filme da “Sessão da Tarde” (dividido em sete episódios), sabe? É sobre amadurecer, sobre empatia, sobre ser otimista em meio ao caos, lições tão necessárias no mundo atual.

Anne Shirley, interpretada pela fantástica Amybeth McNulty, é uma garota de 11 anos excepcional, fantástica, singular (e ela também adora usar palavras difíceis!). Orfã, ela já passou por sofrimentos inimagináveis, mas, de alguma forma, ainda conserva uma vontade inabalável de que as coisas deem certo. Criativa, enxerga nos livros um lugar seguro – e melhor do que a vida real – onde pode ser tudo, seja uma princesa chamada Cordélia, seja uma guerreira.

A sorte dela começa a mudar, no entanto, quando é adotada por engano por um casal de irmãos idosos – eles, na verdade, queriam um menino para ajudar nos afazeres da fazenda. Obviamente, ficam encantados pelo carisma e pela personalidade exuberante da garota, mas até resolverem dar o “braço a torcer” muita coisa acontece e isso inclui muitas lágrimas de quem está assistindo.

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Não dá para mentir, quem lê a sinopse ou até começa a assistir pode, no início, achar meio careta, meio “não é possível que eu vou gostar de assistir esse dramalhão”. Preconceito bobo. “Anne With an E” é, sim, uma série inocente e com pretensões de agradar toda a família, mas não vira as costas para questões do nosso tempo e, de uma forma delicada, coloca o dedo na ferida e fala sobre feminismo (ela é muito feminista, sério!), religião, bullying, luta de classes e casamento homossexual.

A melhor palavra para definir a série? Apaixonante. Ela cumpre bem o papel de entreter, mas faz mais, obrigada quem assiste a refletir, a reconsiderar ideias e verdades tidas como absolutas. É como se dissesse, também, para o telespectador que tudo vai ficar bem, tudo pode ficar bem e as pessoas podem se unir um pouquinho mais. Em 2017, otimismo nunca é demais, não é, minha gente?

Produzida para a TV do Canadá e, posteriormente, adquirida pela gigante de streaming, “Anne With an E” já tem uma segunda temporada confirmada e deve estrear em algum momento de 2018.

 

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