Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine a partir de 9,90

Um pet pode substituir um filho? Especialistas explicam

Especialistas discutem o papel emocional e social dos animais de estimação nas novas configurações familiares

Por Ana Luiza Bezerra
26 Maio 2025, 18h22 •
homem e mulher se beijam enquanto seguram um cachorro no colo
A pauta sempre gera discussões entre os grupos sociais (Freepik/Reprodução)
Continua após publicidade
  • Ter animais de estimação é algo comum desde a pré-história. Porém, nos últimos anos, surgiu uma nova forma de se relacionar com esses companheiros. Se tornou comum que as pessoas passassem a criá-los como filhos, denominando-se “pais de pet”.

    Essa tendência tem gerado debates acalorados. De um lado, há quem defenda que o vínculo entre tutores e animais pode, sim, ser comparado ao de pais e filhos. Do outro, acredita-se que essa relação não deveria ser comparada.

    Para refletir sobre o assunto e esclarecer alguns dos questionamentos mais comuns, ouvimos André Faim, empreendedor do setor pet, e Denise Salim, professora de Psicologia na UniArnaldo, em Belo Horizonte.

    Transformações sociais

    Os especialistas destacam, antes de tudo, a existência de uma pressão cultural que, por muito tempo, associou a realização pessoal à construção da família tradicional. Todavia, a sociedade contemporânea vem rompendo esses padrões e abraçando novas formas de afeto e convivência – como as chamadas “famílias multiespécie”, em que os animais de estimação ocupam papeis afetivos e estruturais importantes. Naturalmente, essas mudanças enfrentam resistência social.

    No entanto, é importante dizer que os pets não necessariamente substituem os filhos humanos. Em muitos casos, representam o primeiro membro da família de um casal, que ainda está amadurecendo a decisão de ter filhos. Em outros, tornam-se o novo integrante da família após os filhos crescerem e saírem de casa. Também há quem escolha não ter filhos por diversos motivos e construa com o pet uma relação profunda, legítima e responsável.

    “Como economista e como empreendedor no setor pet, vejo esse movimento como uma transformação cultural relevante. Reflete não só uma mudança de valores, mas também uma resposta racional a fatores como custo de vida, ausência de políticas de apoio à parentalidade e novas prioridades emocionais. É um tema que precisa ser tratado com mais respeito e menos tabu”, afirma Faim.

    Continua após a publicidade
    Homem e mulher sentados sorrindo em uma cozinha, a mulher está segurando um gato
    (Freepik/Reprodução)

    Respeitar a natureza do animal

    Por outro lado, Denise alerta para a importância de não humanizar os animais a ponto de tratá-los como crianças humanas, pela própria saúde emocional dos pets. “Precisamos respeitar suas naturezas e necessidades como espécie”, pontua.

    Também é importante atentar-se que por trás dessa tendência, estão mudanças de valores e condições sociais. A geração atual prioriza autonomia, qualidade de vida e liberdade, enquanto o alto custo de criação de filhos e as incertezas econômicas tornam os pets uma companhia emocionalmente acessível e constante. Além disso, as relações com os animais envolvem afeto sem tantas exigências de renúncia pessoal, como ocorre nas relações humanas.

    Emocionalmente falando

    Do ponto de vista emocional, os vínculos podem ser tão significativos quanto outros tipos de laços familiares. Animais sentem medo, alegria e dor, que são emoções básicas, mas não possuem a complexidade emocional humana. “No dia a dia, percebo o impacto profundo que cães e gatos exercem na rotina das pessoas, sendo fontes de equilíbrio, companhia e afeto”, relata Faim.

    Continua após a publicidade

    Os especialistas reforçam a importância de equilibrar afeto e cuidado, evitando projetar nos pets expectativas emocionais humanas incompatíveis com sua natureza. Quando esperamos que um cão se comporte como uma criança ou tentamos suprir nele carências emocionais profundas sem respeitar seus limites como animal, podemos provocar desequilíbrios, como ansiedade, agressividade ou depressão.

    Por fim, o consenso é que se deve valorizar o papel afetivo e social dos pets nas famílias contemporâneas, oferecendo a eles cuidado de qualidade, bem-estar emocional e físico, sempre respeitando suas características naturais. O segredo está no equilíbrio.

    Assine a newsletter de CLAUDIA

    Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:

    Continua após a publicidade

    Acompanhe o nosso WhatsApp

    Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp

    Acesse as notícias através de nosso app 

    Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
    De: R$ 26,90/mês
    A partir de R$ 10,99/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês. kkkkk