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Como lidar com a primeira consulta com o ginecologista

Encarar esse momento com tranquilidade vai ajudar sua filha a lidar com a própria sexualidade de maneira segura. Entenda por quê

Por Ana Bardella (colaboradora)
Atualizado em 11 abr 2024, 20h32 - Publicado em 1 Maio 2015, 07h00
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  • Visitar o ginecologista logo que surgem os primeiros sinais da puberdade é o ideal para que a menina entenda o próprio corpo e lide bem com a sexualidade no futuro. No entanto, muitas garotas morrem de vergonha só de pensar nessa consulta e várias mães acreditam que isso vai incentivar a filha a transar cedo demais. Bobagem. Se a menina decidiu que chegou a hora, vai fazer sexo. Por isso, é bom que ela esteja bem informada para viver esse momento de forma plena e segura. Bárbara Murayama, da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, ajuda a desvendar os mistérios e dúvidas mais comuns sobre esse assunto.

    Qual a idade certa? Tenho medo de antecipar as coisas…

    O recomendado é que a primeira consulta ocorra quando as características sexuais começam a aparecer, como o início do crescimento dos seios e dos pelos pubianos. Em geral, isso acontece entre os 8 e os 9 anos. Normalmente, dois anos depois, vem a primeira menstruação. É bom o ginecologista acompanhar esse processo para saber se a menina está entrando na puberdade muito cedo ou se, ao contrário, o desenvolvimento dela está lento demais para a idade.

    De que tipo de assunto o médico vai tratar com a garota?

    Na primeira consulta, quando a maioria das meninas ainda não iniciou a vida sexual, o médico fala de questões relacionadas ao corpo feminino, além de tirar todas as dúvidas que ela tiver. Nessa fase, é normal que a vagina comece a ficar mais úmida, por exemplo. A mãe pode achar que isso é um corrimento relacionado a doenças, o que nem sempre é o caso. E é comum que algumas adolescentes usem cremes que não são indicados para a região íntima. A orientação de um ginecologista ajuda a evitar esse tipo de situação.

    O médico sempre receita pílula?

    Depende. Se a garota já iniciou a vida sexual ou está pensando em começar a transar, ele vai indicar um anticoncepcional ou outro método para evitar gravidez, levando em conta o histórico de doenças e o estilo de vida da menina. Em alguns casos, o médico receita a pílula mesmo que a adolescente seja virgem. Esse tipo de medicamento pode regular disfunções hormonais, como a causada por ovários policísticos, por exemplo.

    O médico vai examiná-la?

    Não necessariamente. O primeiro encontro pode ser apenas para começar a criar um vínculo entre o médico e a paciente. Se o ginecologista sentir que a garota está com medo, ou envergonhada, pode apenas conversar e tirar dúvidas.

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    Quais exames minha filha vai precisar fazer?

    Se ela ainda não iniciou a vida sexual, o médico examinará os seios e os genitais externamente. Somente a partir da primeira relação é que ele faz o exame de toque e pede o papanicolau. Nos casos de garotas entre 21 e 24 anos ainda virgens, fica a critério do médico pedir o papanicolau. Já a partir dos 24, o Ministério da Saúde recomenda o exame para todas.

    Ela não quer que eu fique no consultório. E agora?

    O ideal é que a consulta ocorra em dois momentos: o primeiro com um responsável e depois apenas com a adolescente. Assim, se ela tiver alguma informação confidencial, vai se sentir mais à vontade para falar. É preciso respeitar isso. Uma das principais vantagens da ida ao ginecologista é a oportunidade que a jovem tem de esclarecer suas dúvidas para tomar decisões de forma segura. E nem pense que o médico vai te contar o que sua filha falou. “Todo paciente tem direito a sigilo, a menos que esteja em situação de risco ou colocando a vida de alguém em perigo”, diz Bárbara Murayama.

    E no caso dos meninos?

    Justamente por não terem de fazer um exame de rotina desde cedo, os garotos acabam não recebendo acompanhamento médico na adolescência. Muitos só procuram um urologista quando sofrem de problemas, como ejaculação precoce ou depois de contrair uma doença sexualmente transmissível. Aí já é tarde demais! É bom que eles também passem por uma consulta para esclarecimento de dúvidas. O profissional mais indicado para isso é o hebiatra, médico especializado na saúde dos adolescentes, que poderá acompanhar de perto a puberdade, além de orientar o seu filho com relação à sexualidade.

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