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MC Carol fez texto emocionante sobre a morte de Marielle Franco

No Instagram, a cantora e MC revelou encontro recente com a vereadora e disse estar com medo.

Por Lucas Castilho
Atualizado em 16 jan 2020, 16h58 - Publicado em 15 mar 2018, 13h14
 (Reprodução/Instagram)
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O assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco (PSOL) na noite da última quarta-feira (14), no Rio, chocou o Brasil. A Polícia trabalha com a hipótese de execução e alguns atos em memória da ativista e líder comunitária da favela da Maré já estão sendo organizados nas principais capitais do Brasil. Nas redes sociais, as pessoas também estão prestando homenagens, os principais sentimentos são de revolta e medo.

Leia Mais: Marielle Franco: mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré

A funkeira MC Carol, moradora do Morro do Preventório, comunidade de Niterói, e conhecida por algumas letras de tom político, como “Delação Premiada” na qual denúncia a violência policial na favela, foi uma das personalidades a se manifestar. No Instagram, em texto sincero e emocionante, um convite, principalmente, a ter empatia, ela revela um encontro recente com Marielle e com a também vereadora Talíria Petrone (PSOL), no qual elas a incentivavam a não desistir, a ter fé em como as coisas poderiam melhorar.

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“Elas estiveram na minha casa, onde conversamos por horas, sobre meus medos, minhas dúvidas… Eu estava tão segura, tão esperançosa depois de conversar com elas, hoje eu só sinto medo”, escreveu. No trecho mais contundente, ela denuncia: “Hoje eu tenho certeza que nada te proteje, independente de quem você seja, se você for negro e lutar pelos negros, você sempre acaba executado”.

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Abaixo, transcrevemos o texto na íntegra:

“Estou buscando palavras, porque eu só sinto ódio, só sinto raiva e muito medo, realmente, eu não sei o que falar. Mais do que nunca eu estou me sentindo oprimida e fraca, eu tinha tantos planos esse ano… E agora eu só tenho lagrimas e pavor.
Marielle e Talíria me encorajaram a lutar, a ser mais forte, elas estiveram na minha casa, onde conversamos por horas, sobre meus medos, minhas dúvidas… Eu estava tão segura, tão esperançosa depois de conversar com elas, hoje eu só sinto medo, eu sempre senti na verdade, por ser negra, por morar no morro, por andar a noite na rua, por ser mulher, por cantar funk principalmente “Delação premiada”, mas alguma coisa me dava força e esperança lá no fundo, algo me dizia que eu tinha que fazer, que eu tinha que gritar e falar mesmo, que eu podia, mas hoje eu tenho certeza que nada te proteje independente de quem você seja, se você for negro e lutar pelos negros, vc sempre acaba EXECUTADO”.

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