Quer vencer? Jogue como uma garota!
Confira um time maravilhoso de minas que estão quebrando tudo nas Olimpíadas do Rio.
A primeira edição das Olimpíadas modernas aconteceu em 1896 e contou com um total de zero atletas mulheres. Quatro anos depois, em 1900, elas eram 22. Já em 1904, pasmem, o número diminuiu e apenas seis guerreiras estiveram presentes. De lá para cá muita coisa mudou e no Rio de Janeiro elas chegaram em número recorde: são 5.185 garotas competindo, o que representa 45% do total de atletas.
E elas não estão aí só para fazer número, não. Rafaela Silva que o diga! A judoca carioca garantiu, nessa segunda-feira (8), o primeiro ouro do Brasil nas Olimpíadas de 2016. Orgulho total da garota que enfrentou a pobreza e o racismo para chegar onde chegou. E, junto com ela, outras atletas também estão provando que “jogar como uma garota” é sinônimo de vitória!
Confira aqui um time maravilhoso de minas que estão quebrando tudo:
Rafaela Silva – Brasil (judô)
Lógico que o número 1 é dela, né? Nessa segunda-feira (8), Rafaela conquistou o primeiro ouro do país no Rio. E essa vitória é uma overdose de Brasil! A menina da Cidade de Deus (a famosa favela carioca) começou a praticar judô aos nove anos, influenciada pelo pai, que queria ver ela longe das ruas. Hoje, aos 24, ela tem um ouro olímpico e um conquistado no Mundial, em 2013, além de vários outros títulos.
Seleção Feminina de Futebol – Brasil
As meninas estão lavando a alma da torcida brasileira, que anda bem desacreditada frente aos fiascos que a seleção masculina coleciona há anos. No último sábado (5), elas venceram a Suécia por 5×0, despontando rumo à liderança do grupo (as suecas são as rivais mais forte da chave). Na estreia, as meninas também fizeram bonito, vencendo a China por 3×0 e, nesta terça (9), elas enfrentam a África do Sul também com grandes chances de vitória.
Majlinda Kelmendi – Kosovo (judô)
A moça conquistou a primeira medalha olímpica da história do Kosovo e já foi um ouro de cara! Só que a saga de superação dela não se limita ao reconhecimento no esporte, pois Majlinda nasceu e cresceu em meio à guerra. A situação no Kosovo é tão complexa que o Comitê Olímpico Internacional (COI) só reconheceu sua filiação em 2014 e essa é a primeira vez que o país participa da competição. “Sou uma sobrevivente de guerra, assim como meu povo. Várias crianças do Kosovo perderam seus pais. Muitas crianças não têm livros para ir para uma escola. E eu virei campeã olímpica vindo desse país. Mesmo sem dinheiro, mesmo sem estrutura você pode acreditar em si mesmo e trabalhar muito duro para atingir seus sonhos”, disse ela em entrevista ao Globo Esporte.
Margret Rumat Rumar Hassan – Sudão do Sul (atletismo)
Ela é a primeira atleta da história a representar oficialmente o Sudão do Sul nas Olimpíadas (Margret compete pelo país, mas também há conterrâneos dela na delegação dos refugiados). Ela tem 19 anos e irá correr os 400 metros rasos no Rio de Janeiro. Além de fazer história no esporte, a atleta também virou garota propaganda da Samsung, em um comercial absolutamente emocionante.
Mayra Aguiar – Brasil (judô)
Em 2014, Mayra se tornou a maior medalhista do judô brasileiro em campeonatos mundiais, contando homens e mulheres. Detalhe: ela tinha apenas 23 anos na época! Mas, antes disso, a garota já tinha quebrado outro recorde. Em 2010, ela tornou-se a maior medalhista do planeta no Campeonato Mundial Sub 20. Alguma dúvida de que a moça é destruidora mesmo? Em 2012, Mayra trouxe o bronze de Londres e tudo indica que a gente vai ver ela no pódio mais uma vez esse ano.
Yusra Mardini – Síria (natação)
Aos 18 anos, a garota síria é a atleta mais jovem da delegação dos refugiados. E, em 2015, ela ajudou a salvar um grupo de refugiados que cruzava o Mar Mediterrâneo! Rumo à Grécia, o barco em que ela estava começou a afundar e, junto com a irmã Sarah, Yusra foi uma heroína! As duas nadaram durante três horas e meia para salvar a embarcação. Em sua estréia como atleta olímpica, a garota ficou longe de se classificar nos 100 m borboleta, mas ela já é, sem dúvida, uma vencedora!
Priscilla Stevaux Carnaval – Brasil (ciclismo BMX)
Aos 22 anos, Priscila é o nome brasileiro mais bem posicionado no ranking do BMX mundial (em 18º lugar). E para quem gosta de falar “bota ela na competição masculina para ver o que acontece” aí vai uma informação: a garota realmente compete contra homens nos campeonatos nacionais. Dá para imaginar o volume das male tears, né?
Julie Brougham – Nova Zelândia (hipismo)
Ela é a atleta mais velha dessas Olimpíadas, aos 62 anos, e compete na categoria de adestramento individual. Julie pratica hispismo há mais de 50 anos e essa é a primeira vez que ela participa de uma Olimpíada. Mesmo se a neozelandesa não levar nenhuma medalha para casa, ela certamente já é campeã em perseverança!