Anne Rammi tem 1,79 m de altura e foi dos 103 kg para os 77 kg
Foto: Alan Teixeira / Arquivo pessoal
“Em 2009, aos 29 anos, eu estava louca para ter um bebê. Eu e o Pedro somos casados há dois anos e estamos juntos há 16. Era a hora de termos um filho! Mas eu tinha medo de ficar ainda mais gorda. Minha relação com a comida nunca foi boa. Eu comia para compensar um dia ruim, por exemplo. Mesmo assim, com 72 kg, arrisquei e engravidei. Vacilei e engordei 24 kg na gestação! Perdi 5 kg após o parto. Com a amamentação, passei dos 91 kg para os 79 kg, mas estacionei aí. Por isso, peguei firme na dieta e perdi mais 13 kg depois que parei de amamentar. Hoje, mãe do Joaquim, estou na minha melhor forma, com 66 kg! Sou a prova de que qualquer mulher pode ser mãe, magra e bonita ao mesmo tempo!
A comida resolvia todos os males!
Minha família tem o péssimo costume de substituir o carinho pela comida. Se uma neta se machucava, minha avó fazia um doce “para passar”. Adulta, eu repetia esse comportamento. Hoje noto que cresci com hábitos alimentares horríveis. Adorava refrigerante e comia até cinco pedaços de pizza de uma vez! Quando soube que estava grávida, fiquei radiante. E logo descobri que eu teria gêmeos! Aproveitei para comer por três!
Perdi um bebê e me descontrolei
Na décima semana de gravidez, tive um sangramento e perdi um dos meus bebês. Fiquei em estado de choque. É uma dor difícil de descrever. Dói até hoje. Para não perder o outro filho, fiquei 40 dias em repouso.
Meus sentimentos estavam confusos. Por um lado, me considerava impotente por ter perdido um filho. Mas sentia alívio por um deles ter sobrevivido. Fiquei descontrolada e descontei na comida. Ganhei 24 kg na gestação. Até meu nariz inchou. Olha as fotos!
Eliminei 12 kg na amamentação
Quando meu querido Joaquim nasceu, renasci como mãe, mas me esqueci como mulher. Estava tão gorda com 91 kg que meu pai dizia que eu parecia um hipopótamo. Mesmo assim, deixei o desejo de emagrecer para depois. Queria que meu filho tivesse todos os nutrientes no leite.
Perdi 12 kg nos seis meses de amamentação. E, ainda assim, eu continuava com 79 kg. Apesar de me sentir um bagulho, não fiz nenhuma dieta maluca. Foi um período cansativo. Joaquim não me deixava dormir direito. Aí, eu comia porque estava irritada.
Enfrentei duas festas de casamento nessa fase. Vi minhas amigas com seus vestidos agarradinhos enquanto eu tentava esconder tudo com roupas largas. Chorei num desses eventos quando percebi que, seis meses depois do parto, eu ainda parecia estar grávida.
Anne ficou linda depois da gravidez e contou os seus segredos à revista SOUMAISEU!
Foto: Reprodução revista SOUMAISEU!
Eu posso ser bonita!
Lembro bem do dia em que resolvi cuidar de mim, em outubro de 2010. Fui para uma festa e percebi que precisava mudar minha vida. ‘Se continuar assim, não vou conseguir acompanhar o ritmo do meu filho! Preciso me cuidar já’, pensei.
Eu sabia que necessitava de ajuda para emagrecer. Aí, lembrei da experiência da minha mãe num grupo de nutricionistas chamado Meta Real. É uma espécie de terapia semanal para gordinhos com aulas e discussões sobre alimentação.
Tive dificuldade para controlar a vontade de comer doces, mas, depois de um mês, eu já tinha truques para driblar a gula. Bebia muita água e procurava me distrair, com TV, internet ou banhos. Em 15 minutos, a vontade passa.
Até hoje faço quatro refeições por dia e invisto nas fibras para aumentar a saciedade. Assim, chego sem fome à próxima refeição. E tenho duas receitinhas de família que são curingas! A primeira é a legumada, com abóbora japonesa, vagem, cenoura, abobrinha e ervilha torta. Cozinho e tempero tudo junto. Se sinto muita fome, coloco a mistura em um pão integral. A outra receita é a salada de trigo em grão e soja (ou grão-de-bico). Tempero com azeite, cebola e salsinha.
Cheguei aos 66 kg!
Minha dieta ficou mais fácil quando aprendi a identificar a fome física e a fome emocional. Se estou com fome de verdade, meu estômago ronca e sinto um suorzinho frio. Minha primeira atitude é olhar o relógio. Como de cinco em cinco horas e sei que, antes disso, meu corpo ainda está digerindo a última refeição. Estou treinada para desconfiar de mim mesma. Se percebo que é apenas vontade, avalio por que quero comer. Pode ser cansaço, carência, tédio. Aí, dou chilique, choro, rasgo papel. Mas não desconto na comida.
Não deixei de comer doces durante a dieta. Fiz substituições. Se o brigadeiro estava irresistível, comia e depois tirava o arroz do prato. Também aprendi a mastigar cada alimento mais de 20 vezes. Agora sinto mais o gosto da comida e fico satisfeita. Assim, me contento com um único brigadeiro!
Depois de secar 13 kg em seis meses, cheguei aos atuais 66 kg! Fiquei mais magra do que antes da gravidez. E mudei meus pensamentos. Meu filho não vai crescer descontando seus problemas na comida. Ser mãe é tão gostoso que já estou planejando ter mais um bebê!”
Consuma ao menos 20 g de fibras por dia
Foto: Dreamstime
Amamentação não é dieta, mas emagrece
Não é recomendado fazer dieta durante o período de amamentação, explicam as nutricionistas Juliana Ceronato e Luana Stoduto. Nessa fase, a mulher emagrece cerca de 11 kg naturalmente. Ao amamentar, ela gasta até 600 calorias por dia, o equivalente a uma hora e meia de caminhada leve. Beber água é importante. A indicação é consumir 13 copos por dia. Chá verde, chá branco e chá preto devem ser evitados. A cafeína presente nessas bebidas é absorvida pelo leite materno, prejudicando o bebê. As nutricionistas recomendam a restrição de gorduras, frituras e doces, que podem alterar o sabor do leite e comprometer a amamentação. Não há comprovação de que alimentos como repolho e feijão causem gases na criança. Deve-se ingeri-los e observar a reação do bebê.
Fibras facilitam o emagrecimento
O ponto forte do cardápio da Anne é a fibra solúvel, uma parte do alimento que não pode ser digerida e facilita o emagrecimento. Ela age como uma esponja, formando uma espécie de gel no intestino que absorve água, açúcares e gordura em excesso. Esse gel também aumenta a sensação de saciedade e o volume do bolo alimentar que será eliminado com as fezes! Você pode turbinar sua dieta com as fibras. Consuma aveia, linhaça, farelo de trigo, cereais integrais, legumes, feijão e grão-de-bico. A nutricionista Juliana Ceronato recomenda o consumo de ao menos 20 g de fibras por dia.
– O cardápio que ajudou Anne a emagrecer