Perfil: Paula Galbi

Há 16 anos ela se dedica ao paisagismo, depois de ter dito adeus à odontologia. “Trabalhar com jardins me abriu as portas para a criação, sem contar a constante troca de energia e de aprendizado com as pessoas”, afirma Paula, pós-graduada em Arquitetura da Paisagem pelo Senac-SP. Varandas de apartamento e jardins residenciais estão entre os projetos mais frequentes em sua agenda. “Porém hoje já percebo uma nova tendência, a de se fazer jardins terapêuticos e hortas”, explica a profissional que, pela segunda vez, assina o projeto de capa de MINHA CASA.

É possível conciliar o desejo de ter plantas com a decisão de envidraçar a varanda?

Paula – Sim, mas é necessário manter o espaço arejado, pois a ventilação ajuda a evitar pragas e doenças. Se a circulação de ar e a insolação forem boas e não houver telas solares, é possível cultivar espécies floríferas e frutíferas, como camélia, jade, caliandra e jabuticabeira. Mas se a varanda tiver proteção contra o sol, então opte por plantas de meia-sombra e sombra, a exemplo de dracenas, viburnos, filodendros e fícus natasha.

Quais devem ser as condições para o cultivo de uma horta de temperos na varanda ou no quintal?

Paula – Os vasos ou floreiras devem ter no mínimo 30 cm de profundidade a fim de que haja um bom enraizamento das ervas e espaço para o seu desenvolvimento. Para fazerem a fotossíntese, essas espécies precisam de insolação mínima de quatro horas diárias, além de proteção contra o vento – em excesso, pode prejudicar o crescimento e conduzir pragas. Ao sentir a terra seca, regue os vasos, fazendo isso pela manhã, já que a rega noturna aumenta o risco de contaminação por fungos.

Ao escolher móveis para varandas abertas, que características os moradores devem buscar?

Paula – O mobiliário precisa ser resistente à umidade: se for de madeira, invista na cumaru, mas também vão bem as fibras sintéticas com estrutura de alumínio. Já os tecidos têm de ter proteção contra raios solares.

Conheça os projetos da paisagista: