Marina Person abre as portas do seu lar cheio de personalidade em SP
No apartamento da comunicadora, lembranças e trabalho se integram em um lar que pulsa com a rotina e a paixão por receber
Marina Person é uma daquelas figuras que costumam ouvir que têm uma “casa com personalidade”. O espaço revela quem é sua dona antes mesmo de qualquer palavra ser dita.
Diretora, atriz e apresentadora, ela confirma esse vínculo íntimo: “Sempre fui muito caseira, sempre gostei de arrumar tudo bonitinho, de comprar coisas diferentes e de melhorar o que já existe”.
Entre paredes neutras e móveis que atravessam décadas, o apartamento, no bairro paulistano de Higienópolis, onde vive desde 2012, tornou-se um lugar que abriga afetos, rotina de trabalho e encontros.
A mudança para a moradia atual aconteceu pouco depois de se casar com Gustavo Rosa de Moura — diretor, roteirista, produtor e também seu parceiro de trabalho. Na época, ele já era pai de Luís, que viveu com o casal em diferentes momentos.
O antigo imóvel não comportava mais as necessidades da nova família, especialmente a de ter um escritório e uma cozinha aberta, integrando ambientes de convívio.
Para ambos, elaborar novas receitas e receber em casa era parte fundamental da vida, e o novo endereço permitiria isso de forma mais generosa. “A gente gosta muito de cozinhar, de fazer jantares com amigos. Não queria mais aquela divisão em que todos ficam na sala e a cozinha fica isolada. Quisemos um lugar onde tudo pudesse acontecer junto.”
O prédio, dos anos 1970, ainda guardava seu projeto original, cheio de divisórias, mas sem grandes restrições estruturais. Aos poucos, o apartamento foi sendo aberto, colunas e paredes caíram, quartos se transformaram em espaços mais amplos e flexíveis, e a cozinha ganhou protagonismo, conectando-se à sala.
“Foi uma reforma estrutural, de integração total. Mudou tudo”, recorda a cineasta. A transformação, feita há mais de uma década, antecedia a tendência atual dos ambientes integrados. “Fizemos porque gostamos de conviver”, conta a moradora, que chegou a ter um quadro no YouTube intitulado “Marinando”, onde ensinava receitas rápidas com a participação de convidados.
A construção do lar não foi conduzida por decoradores. O espaço se desenhou de forma orgânica, reunindo móveis garimpados e adaptações práticas. “Nunca tive alguém para decorar por mim. Sempre gostei de fazer sozinha. Foi um processo orgânico: aproveitamos móveis antigos, herdamos peças, encaixamos tudo. Tem até sofá sobrando, mas todos são usados, então permanecem.”
CASA CENÁRIO
Além de lar, o espaço chegou a ser cenário de um de seus trabalhos. O longa Uma Canção da Volta (2016), dirigido por Gustavo e com Marina no elenco, foi rodado ali. A filmagem, curiosamente, trouxe mudanças definitivas: janelas foram pintadas, cômodos ganharam cor e até um papel de parede, colocado pelo cenógrafo, permaneceu depois da produção — além da obra de Tatiana Blass que contorna a sala de jantar.
A mistura entre arte e cotidiano parece natural na vida de Marina, que acumula no apartamento objetos herdados, móveis de família e obras de arte adquiridas ao longo dos anos. Muitas delas chegaram pelas mãos de Gustavo, que durante muito tempo trabalhou com expografia e vídeo para exposições, recebendo peças de artistas em trocas profissionais.
“Tem Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa, Anna Maria Maiolino… Muitas obras foram presentes ou trocas. Outras eu mesma comprei, como um quadro do [Luiz] Zerbini”, descreve seus artistas favoritos.
A vida profissional também se entrelaça ao espaço doméstico. O escritório aberto abriga a rotina de escrita, leitura e reuniões remotas. “Hoje em dia quase tudo é remoto. Faço reuniões, escrevo, crio daqui. No começo pensei em fechar o escritório, acabou ficando aberto, mas a gente se acostumou”, revela a moradora, que tem o privilégio de trabalhar com a luz natural dos janelões do estar.
A atmosfera da casa é marcada por lembranças. Há um cantinho para a coleção de discos, outro para as centenas de crachás de imprensa acumulados durante a carreira como VJ, e prateleiras para o imenso acervo de livros. Ali encontram-se ainda fragmentos de sua passagem pela televisão.
“No último dia da MTV, o Zico [Goes, produtor] falou: ‘Podem levar tudo que conseguirem’. Saímos com placas, fotos, tudo o que deu para salvar. Se não, iria para o lixo.” As placas agora dão um ar divertido para a cozinha.
A cineasta admite dificuldade em se desfazer de objetos. “É difícil. Você pensa: ‘Isso aqui ganhei de alguém, isso comprei em uma viagem’. Vou guardando. Meu lado canceriano não deixa.” Entre seus xodós, estão a escrivaninha assinada por Sérgio Rodrigues e sua coleção de panelas, uma paixão confessa. “Sou louca por panela. Já gastei muito dinheiro com isso.”
É na cozinha que pulsa o coração do apartamento. Ali, panelas, temperos e utensílios ficam à mostra, refletindo um modo de vida que privilegia a convivência e a praticidade. “Cozinhamos todos os dias. Almoçamos sempre em casa. Para mim, saber cozinhar é como saber ler ou escrever: é autonomia. A gente ensina a todas as crianças da família que cozinhar é básico, como nadar ou escrever.” O ato de cozinhar não se restringe à rotina; é também forma de encontro.
“Se convidamos alguém, a ideia não é deixar tudo pronto, mas cozinhar junto, para todo mundo participar.” É esse espaço também que abriga muitos dos presentes vindos de um amigo querido: Zeca Camargo. Para onde viaja, o apresentador sempre traz algo pensando em Marina, principalmente para a cozinha, de quadrinhos a temperos.
“Cozinhamos todos os dias. Para mim, saber cozinhar é como saber ler ou escrever: é autonomia. A gente ensina a todas as crianças da família que cozinhar é básico, como nadar ou escrever”
Marina Person
Com cinema, literatura, yoga e música, grande parte de sua vida acontece dentro de casa. “Para me tirar daqui, é difícil. A gente quase não sai para jantar fora. Gosto de receber, de ficar no sofá. Acho que quando a casa é confortável, você prefere estar nela.”
Essa relação não se alterou com o tempo: o apego e o cuidado permanecem, apenas acrescidos pela constatação de que o espaço já está repleto.
“Minha relação com a casa não mudou ao longo dos anos. Sempre gostei de cuidar, de deixar confortável e bonito. Só que agora não cabe mais nada [risos]. Mas é assim: uma vida em camadas, acumulada de memórias e histórias.”
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