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Conheça o trabalho de 8 cineastas negros brasileiros

Engana-se quem pensa que não há bons cineastas negros no Brasil

Por Colaborou: Esmeralda Santos
Atualizado em 17 mar 2020, 15h25 - Publicado em 10 mar 2020, 19h26
 (Frederick Bass/Getty Images)
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Quantos cineastas e diretores negros você conhece? Recentemente o anúncio das duas séries sobre Marielle Franco causou barulho nas redes sociais pelos nomes envolvidos na produção e, principalmente, por serem brancos em sua maioria.

A diretora e roteirista Renata Martins organizou uma carta de repúdio e cerca de 60 profissionais do audiovisual assinaram o manifesto. No vasto mundo da arte existem profissionais com trabalhos premiados – e talvez você não saiba seus nomes.

Em entrevista ao UOL, a roteirista Antônia Pellegrino contou que conversou com diversas pessoas do ramo, mas não encontrou quem ela procurava. “Se tivesse um Spike Lee, uma Ava DuVernay…”, disse ela. 

Entendemos Antônia Pellegrino, até a página dois. O racismo estrutural trabalha para impedir que a população negra tenha uma vida profissional e também para desqualificá-la socialmente, seja no cinema, teatro, ou qualquer outra área. É ainda mais curioso dizer que não há pessoas negras que possam cumprir essa função, quando o Brasil é o país com maior número de negros depois da África.

Fizemos então uma pequena lista com pelo menos 8 nomes de cineastas, diretores e roteiristas negros brasileiros para mostrar que temos bons profissionais da área – que podem contar história com tanta excelência quanto Spike ou Ava.

Lázaro Ramos

lázaro ramos
(Divulgação/Divulgação)

Quem não conhece os personagens de Lázaro Ramos de fato não está muito ligado nas telinhas. Lázaro é ator, dublador e cineasta – e iniciou sua trajetória no Bando do Teatro Olodum. Além da fama por suas atuações, ele assina a direção de peças e videoclipes.

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Lázaro esteve na direção do longa-metragem Medida Provisória e está dirigindo a peça O Método, um espetáculo em que já atuou e está em cartaz desde o dia 6 de março.

Sabrina Fidalgo

Sabrina Fidalgo cineasta
(Arquivo pessoal/Reprodução)

Diretora e roteirista premiada internacionalmente, Sabrina foi apontada pela publicação americana Bustle como uma das cineastas mais promissoras ao redor do mundo, ficando em 8º lugar entre 36 profissionais.

Seus filmes já foram exibidos em mais de 300 festivais pelo mundo. O curta Rainha, lançado em 2016, foi premiado como Melhor Filme no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. Seu último trabalho Alfazema, de 2019, foi premiado duas vezes no 52º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro.

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Carmen Luz

carmen luz
(Divulgação/Divulgação)

Carmen é diretora de cinema, teatro e dança, curadora, pesquisadora e docente em cinema e artes do corpo. Ela escreveu, produziu e dirigiu os curtas Um Poema Para Quenum Suporte, e o longa Um Filme de Dança.

Também é responsável pela Cia Étnica de Dança, fundada em 1994, que tem o objetivo de colocar os sujeitos da diáspora africana em foco.

A diretora foi homenageada no II Prêmio do Dia da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha, e teve seus filmes exibidos em festivais de cinema em Burkina Faso, Brasil, Alemanha e Estados Unidos.

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Diego Paulino

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(Reprodução @paulinodiego/Instagram)

Diego foi vencedor do Prêmio Antonieta de Barros para Jovens Comunicadores Negros em 2016, é produtor, diretor e roteirista. Ele assina o documentário NEGRUM3, que já passeou por importantes festivais, sendo premiado no Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte.

Seu trabalho com o audiovisual visa a relação mútua de gênero, raça e sexualidade, e Paulino também venceu com NEGRUM3 na categoria de Melhor Filme pelo Júri Popular a 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes, no Prêmio Canal Brasil.

Renata Martins

renata Martins
(Foto: Nuna/Empoderadas/Divulgação)
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Renata é uma diretora e roteirista da série premiada Pedro & Bianca, ganhadora do Emmy Internacional Kids Awards 2013, na categoria Melhor Série InfantoJuvenil. 

Ao lado de Joyce Prado, Renata criou a série Empoderadas, que mostra toda a pluralidade das mulheres negras e sua criatividade. A diretora coordenou o primeiro Encontro de Mulheres Negras do Audiovisual e também compôs a equipe de roteiristas de Malhação – Viva a Diferença.

Ela também venceu o Festival de Cinema de Vitória na categoria Melhor Filme com o curta Sem Asas, que conta a história de um menino de 12 anos que depois de comprar farinha de trigo para sua mãe, descobre que pode voar.

Yasmin Thayná

yasmin-tahyna
(Arquivo pessoal/Reprodução)

Cineasta e roteirista, Yasmin recebeu o prêmio de Melhor Curta-Metragem da Diáspora Africana da Academia Africana de Cinema pelo curta KBELA, que conta como é ser mulher no Brasil e se entender enquanto negra.

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Seu filme foi exibido em Nova York e Cabo Verde e ela recebeu várias propostas para escrever em grandes veículos de comunicação. Visando ampliar ainda mais o trabalho da população negra dentro do cinema, no ano de 2016 Yasmin criou a plataforma digital colaborativa Afroflixque veicula conteúdos assinados e produzidos pessoas negras.

Juliana Vicente

Juliana Vicente
(Foto: Itaú Cultural/Reprodução)

A pequena Joana tem um sonho muito comum de meninas dos anos 80: ser paquita. Sua família apoia e incentiva, entretanto, a pequena é negra e não existe nenhuma paquita que se pareça minimamente com ela.

É contando essa história que Juliana Vicente escreveu, produziu e dirigiu o curta Cores e Botas, que foi exibido em cerca de 40 festivais de cinema e audiovisual, além de ter recebido mais de cinco prêmios.

Juliana é fundadora da produtora Preta Portê Filmes, e dirigiu filmes premiados como Os Sapatos de Aristeu e Filme para Poeta Cego. 

Camila de Moraes

camila-de-moraes
(Foto: Fafá M. Araújo/Reprodução)

A história de Júlio César de Melo Pinto que foi executado em 1987 pela Polícia Militar gaúcha depois de ser confundido com um assaltante, inspirou a cineasta e jornalista Camila de Moraes a dirigir o documentário “O Caso do Homem Errado”.

Camila é vencedora do 4º Prêmio Donna e foi a segunda mulher negra a ter seu filme exibido comercialmente no Brasil depois de 34 anos, e “O caso do Homem Errado” venceu o troféu de melhor filme no Festival Internacional de Cine Latino, Uruguayo y Brasileiro.

Joel Zito Araújo

Joel-zito-Araújo
(Foto: Leila Fugii/Divulgação)

Falando em pioneirismo no cinema brasileiro, Joel é um desses precursores. Cineasta e pesquisador, ele dirigiu e escreveu o filme A Negação do Brasil, que foi exibido em diversos festivais e mostras internacionais de cinema, vencendo o prêmio do New York African Diaspora Film Festival  e vários outros.

Em 2013 ele dividiu a direção do filme Raça com a vencedora do Oscar Megan Mylan. Além disso, o roteiro e direção do filme Meu Amigo Fela, que fala da trajetória do cantor Fela Kuti, foi feita por ele.

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