Nova temporada de Sob Pressão terá histórias de pacientes com Covid
Roberta Rodrigues e David Júnior são os novos integrantes do elenco, que foi o primeiro a retomar às gravações totalmente presenciais
Com um hospital da campanha montado nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, a equipe da série Sob Pressão foi a primeira a retornar às gravações totalmente presenciais. “Era uma relação de confiança. Eu sabia que eles cuidariam de mim, como eu cuidaria deles”, diz Josie Antello, intérprete de Rosa, sobre as precauções que tomavam dentro e fora do set.
Sob Pressão – Plantão Covid estreia na próxima terça-feira (6) com a missão de contar histórias de pacientes acometidos pelo novo coronavírus e profissionais de saúde. “É um exercício muito grande para mim ler a realidade e interpretá-la na ficção”, aponta Marjorie Estiano, a Dra. Carolina.
Mesmo tratando de um contexto tão delicado, a atriz revela que a obra também deixa uma mensagem positiva. “A edição especial traz, sim, pinceladas de esperança que dão algum conforto. Essa obra tem essa relevância de tentar informar e conscientizar através da proximidade que a dramaturgia traz”, afirma.
Roberta Rodrigues e David Júnior são os novos profissionais da equipe, que até então era composta apenas por atores brancos. Sobrea a representatividade, Roberta, que dará vida à enfermeira Marisa, diz: “espero que a gente não precise falar mais disso, estamos em 2020 e isso ainda choca, o que mostra a defasagem que temos”, que também reforça a importância da profissão na vida de mulheres negras. “Na periferia, as que sonham com medicina, encontram chances na enfermagem. Representar essas profissionais foi um presente”, diz a atriz, referindo-se à elitização em torno do curso de medicina. “Um depende do outro, não significa que um é mais e outro menos”.
Já David será o neurocirurgião Mauro, o que para ele reflete uma representação ainda mais especial para negros. “Esse protagonismo aliado à formação acadêmica é algo que eu, morador da baixada fluminense, tive dificuldade de me ver. Quando era moleque, meu teto de ascensão social era a medicina”, comenta.
Outra emoção para o ator foi por conta da caracterização, em que ele pôde manter o corte de cabelo black power. “Na dramaturgia, algumas pessoas tentam moldar a gente do jeito que é bom para eles. Por muitos anos, tive que raspar o cabelo para ser invisível ou não passar em um radar negativo”. Para ele, estar fora do estereotipo para representar personagens que estão lá para salvar vidas, não tirar, é a maior conquista.
Encarar pandemia na vida real e em cena também impactou os atores. Drica Moraes, que é transplantada, teve uma pessoa infectada dentro de casa. “Não sei como não peguei, porque nos abraçamos”, revela. Já Roberta Rodrigues teve a sua mãe infectada. “Ainda bem que tive profissionais para ajudá-la”, diz.
Para Julia Shimura, a pandemia mostra que a saúde pública é de todos. Em ‘Sob Pressão – Plantão Covid’ retratamos o furacão acontecendo, fazendo dramaturgia em cima do mais essencial que há nesse momento: a defesa da saúde pública e de valores humanos. Se por um lado é devastador, por outro joga luz sobre o que é realmente importante, e mostra a relevância dos profissionais que atuam no combate à doença”, conta.