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De forma inédita, obras do Museu de Arte Negra ganham espaço em Brumadinho

Idealizado por Abdias Nascimento na década 1950 para trazer visibilidade a artistas negros, o MAN ganhou sede dentro do museu mineiro, em Brumadinho

Por Camila Pati
Atualizado em 14 dez 2021, 08h40 - Publicado em 13 dez 2021, 17h58
Inhotim Arte negra
Celebração a Legba, 1996, de Abadias Nascimento (Inhotim/Divulgação)
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A estética da arte negra tem destaque inédito em Inhotim. O Museu de Arte Negra (MAN), idealizado por Abdias Nascimento na década 1950 para trazer visibilidade a artistas negros, ganhou sede dentro do museu mineiro, em Brumadinho (MG).

Diversas pinturas de Abdias, entre elas o quadro Celebração a Legba, de 1996, podem ser apreciadas pelo público. O programa vai além da obra de Abdias e também dá espaço aos demais artistas da coleção do MAN. São quatro exposições previstas para os próximos dois anos.

Inhotim Arte negra
Invocação Noturna ao Poeta Gerardo Mello Mourão Oxóssi, 1972 (Inhotim/Divulgação)

A luta para abrir caminhos para o povo negro nas artes é a inegável marca da trajetória ativista de Abdias Nascimento. No ano em que se completam dez anos de sua morte, a missão do artista plástico, poeta, dramaturgo, curador, professor e político ganha força: um de seus projetos mais sensíveis de divulgação de artistas negros, o Museu de Arte Negra (MAN), terá casa em Inhotim, Brumadinho (MG).

Estar sediado em um dos espaços mais importantes da arte contemporânea no Brasil tem tudo a ver com a proposta de divulgação de artistas negros, liderada por Abdias, com a criação do MAN, em 1950. “É a oportunidade de potencializar o trabalho e atingir novos públicos”, fala Elisa Larkin Nascimento, viúva de Abdias e diretora do IPEAFRO, instituição que zela pelo legado de Abdias e pelo MAN.

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Inhotim Arte Negra
Exu Dambalah n.º 2, 1973 (Inhotim/Divulgação)

Quatro exposições estão previstas até 2023. “O programa será um catalizador da abertura de novas fronteiras para o protagonismo da cultura negra nas artes”, diz Elisa. A primeira está em cartaz desde 4 de dezembro e propõe o diálogo entre as obras de Abdias, de artistas da coleção do MAN e de Tunga, escultor, desenhista (e grande amigo de Abdias).

Inhotim
O ovo primordial, 1972 (Inhotim/Divulgação)
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No contexto de combate ao racismo nas artes, as pinturas de Abdias Nascimento celebram o legado cultural africano e sua influência religiosa, tema do quadro Exu Dambalah n.º 2, 1973, na página ao lado. O quadro Invocação Noturna ao Poeta Gerardo Mello Mourão Oxóssi, 1972, faz referência ao poeta, grande amigo de Abdias, e pai do artista plástico, escultor e desenhista Tunga.

Inhotim
Simbiose africana, n.º 3, 1973 (Inhotim/Divulgação)

A primeira exposição do programa propõe justamente o diálogo entre o trabalho de Abdias e as obras de Tunga, com quem conviveu de perto.

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