Homenagem à Elizabeth Bishop na FLIP provoca discussão
Respeitada por sua obra, Elizabeth Bishop tinha opiniões pessoais conflitantes sobre o Brasil
A poetisa americana Elizabeth Bishop será a grande homenageada na FLIP – Festa Literária Estrangeira em Paraty, em 2020 que a cada ano ganha maior relevância e público. O anúncio, porém, foi recebido com controvérsia, não por conta da nacionalidade ou qualidade da obra da escritora, que viveu no Brasil por mais de 10 anos, mas por conta da relação conflitante que Bishop teve com o país.
Bishop, que chegou ao Brasil em 1951, se apaixonou pela arquiteta Lota de Macedo Soares, idealizadora do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro. A história de amor das duas foi retratada em um filme de Bruno Barreto, Flores Raras, estrelado por Gloria Pires (Lota) e Miranda Otto (Bishop). O fim da história das duas foi trágico, com Lota tendo cometido suicídio em 1967, aos 57 anos. Reconhecida no mundo como uma das maiores vozes femininas da segunda metade do século XX, Bishop escreveu cartas onde o desprezo que muitas vezes sentiu pela cultura brasileira ficou claro. Ela se impressionava com a pobreza e atraso do Brasil em comparação aos Estados Unidos, e também apoiou o Golpe Militar de 64.
A atual curadora do evento, Fernanda Diamant defende a escolha. “A FLIP sempre traz muitos estrangeiros, e Bishop observou o que se passava por aqui. Não vamos tirar os olhos do país, mas precisamos nos comunicar com todos”, disse à Folha de São Paulo.
A FLIP já fez homenagens a Vinícius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Linspector, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade, entre outros. Esse ano, o escritor Euclides da Cunha foi o destaque.
A Festa Literária Internacional de Paraty vai acontecer entre 29 de julho a 2 de agosto de 2020.
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