Neste domingo (30), faz 10 anos que Pina Bausch, coreógrafa e bailarina renomada, faleceu. A alemã é conhecida mundialmente por ser uma personagem fundamental na dança contemporânea e, até hoje, ela serve de exemplo para as novas gerações.
Josephine Bausch nasceu na cidade de Solingen, na Alemanha, em 27 de julho de 1940. Seus pais, que eram donos de um pequeno restaurante anexado a um hotel, colocaram a garota na aula de balé desde cedo. A imersão na arte da dança quando pequena influenciou sua escolha de profissão anos depois.
Aos 15 anos, foi estudar na Universidade de Artes Folkwang, localizada em Essen. O local era comandado pelo mais influente coreógrafo da época, Kurt Jooss, que misturava teatro com balé. Ali, Pina tinha tudo para se encantar com esse universo e acabou se profissionalizado rapidamente.
Dedicou quatro anos de sua vida a aprender a dança e interpretá-la de seu jeito único. Também teve contato com artes gráficas, fotografia e ópera. Com 19 anos, já formada, ganhou uma bolsa de estudos em Nova York e para lá se mudou em 1958. Dançou na Metropolitan Opera House e, naquele momento, deparou-se com uma pluralidade de linhas artísticas que nunca havido visto na Alemanha.
Teve contato com grandes coreógrafos da época, como Alfredo Corvino e Antony Tudor, e toda essa bagagem cultura a fez crescer espontaneamente como artista. Dali para frente, o nome de Pina virou sinônimo de originalidade. Chegou a retornar para Folkwang em 1962, e tornou-se solista de lá. Em 1973, ela já comandava o teatro municipal de Wuppertal, onde fez sua companhia crescer, com 33 anos.
Durante o tempo em que trabalhou como coreógrafa, passou por alguns julgamentos do público, pois os métodos que a alemã usava para demonstrar a dança eram vistos como estranhos demais – incluindo linguagem corporal, que era inovador naquele contexto. Mas isso nunca fez com que ela desistisse de reiterar seu pensamento e deixar sua marca nas apresentações que dirigia.
Pina casou-se com o figurinista Rolf Borzik, com quem teve um filho. Morreu de maneira repentina em 30 de junho de 2009, vitima de um câncer que havia descoberto apenas cinco dias antes de vir ao óbito.
Inspirações para o cinema e sua história nas telinhas
Pina Bausch inspira não só as futuras gerações de dançarinos, como também personagens de cinema. Em ‘Suspíria – A Dança do Medo‘, de Luca Guadagnino, Madame Blanc, a personagem interpretada por Tilda Swinton, é uma inspiração clara à bailarina.
Desde os trejeitos e costumes até o vestuário da comandante de Blanc em cena relembram exatamente como Pina fazia em sua aulas. Inclusive, assim como Pina, a personagem comandava uma companhia de dança na Alemanha.
Além disso, a alemã também já teve sua história retratada no meio audiovisual. O documentário ‘Pina‘, dirigido pelo prestigiado cineasta Wim Wenders, descreve sua carreira desde o início, citando os altos e baixos e detalhando a mente e a obra desta bailarina única.