Atriz Ashley Bell acompanha resgate de elefantes na Tailândia
Estrela de Hollywood é a diretora do documentário 'Elefantes: Em Nome da Liberdade', que vai ao ar no National Geographic hoje (27), às 21h
Quem é fã de filmes de terror, com certeza conhece Ashley Bell. A atriz norte-americana ficou conhecida por sua atuação em filmes do gênero, como a franquia O Último Exorcismo. No entanto, desde 2015, ela está se dedicando a um projeto completamente diferente: o resgate de elefantes maltratados na Ásia. O resultado de uma dessas ações pode ser visto no documentário dirigido por Ashley Elefantes: Em Nome da Liberdade, que estreia no Brasil no sábado (27).
Em entrevista a CLAUDIA, Ashley contou que seu primeiro contato com o tema surgiu depois de uma conversa com um amigo de sua família, que havia visitado um santuário para elefantes asiáticos resgatados no Camboja. “Quando ele me falou sobre o santuário, pensei imediatamente que deveria fazer um curta-metragem sobre, mas a ideia era contar uma história com final feliz. Fui com ele para o Camboja, mas, ao chegar lá, já percebi que a realidade era bem mais cruel do que eu imaginava”, disse Ashley que, no país asiático, encontrou a floresta em chamas e os pouquíssimos exemplares da espécie – que está em extinção – em condições terríveis.
Logo no início da viagem, a atriz percebeu que o trabalho planejado teria que ser muito maior e deixou de lado a ideia do curta-metragem. Decidiu que precisava acompanhar um resgate de um desses animais e registrar o processo em um documentário. Nos dias que passou no Camboja ela conheceu a conservacionista Lek Chailer, criadora da Save Elephant Foundation e do santuário Elephant Nature Park, na Tailândia, e pediu a ela que a deixasse acompanhá-la em um resgate de um elefante que sofria maus-tratos para poder mostrar qual a realidade da exploração dos animais. O chamado só veio dois anos depois dessa primeira viagem, quando Lek localizou Noi Na, uma elefanta cega de 70 anos que havia passado a vida inteira presa em um campo para levar “entretenimento” para os turistas na Tailândia. Depois de muito insistir, o dono da elefanta aceitou que ela fosse retirada do campo e levada ao santuário, já que estava muito idosa.
“Eu cresci em uma família vegetariana e muito ligada a assuntos voltados à conservação do meio ambiente, mas, mesmo assim, o turismo com elefantes era uma coisa normalizada na minha cabeça. Nunca imaginei o quanto aqueles animais sofrem por ter que fazer passeios com humanos em cima deles, shows em circos, pinturas com a tromba. Não é da natureza deles, então, para que eles aceitem fazer, os donos batem muito. É um negócio passado de geração em geração na Tailândia onde, além do entretenimento, partes desses elefantes também são vendidas por preços altíssimos”, afirma Ashley.
Em menos de uma semana depois de receber o aviso de Lek, ela e sua equipe chegaram à Tailândia para o resgate de Noi Na, que vivia em um local a 720 km de distância do santuário, totalizando mais de 2 dias de viagem em um caminhão. O processo difícil e perigoso é mostrado no documentário de 1 hora que, além de cenas duras dos maus-tratos sofridos pelos animais e das dificuldades para resgatar a elefanta, também busca explicar as particularidades dos elefantes asiáticos – que são uma espécie menor do animal – através de animações. Esse recurso foi empregado para tornar o filme “mais fácil de assistir”, segundo a diretora. A combinação dos vários tipos de conteúdo no longa fazem com que ele seja impactante e, ao mesmo tempo, dê a esperança de um final feliz.
Depois do lançamento do filme nos Estados Unidos, em 2018, Ashley e Lek receberam ameaças por estarem expondo a realidade do turismo selvagem, que movimenta muito dinheiro na Tailândia. Donos de centros de exploração desses animais criaram abaixo-assinados para que o documentário fosse proibido de ser exibido nos cinemas. “Foi difícil, mas eles não conseguiram. A Lek sabe lidar muito bem com isso tudo, porque até sua família foi contra seu ativismo por um tempo, já que eles eram donos de elefantes e os usavam para entretenimento. A estreia foi bem-sucedida e conseguimos alcançar nossos principais objetivos, que eram trazer visibilidade para a causa e para o trabalho incrível que a Lek faz há tantos anos”, afirmou a atriz.
A equipe do documentário também criou um fundo de doações chamado Love & Bananas Fund que conseguiu arrecadar, até hoje, uma quantia suficiente para resgatar três elefantes e transportá-los ao santuário. Também houve registros de diminuição no número de pessoas que buscaram passeios de elefante na Tailândia. Com a pandemia do novo coronavírus, a situação econômica dos donos de campos de exploração piorou e, então, a fundação de Lek conseguiu ajudar quase 1500 elefantes que estavam passando fome e realocou mais 89 para seu santuário, já que os donos não tinham condições de cuidar.
Elefantes: Em Nome da Liberdade chega ao Brasil neste sábado (27), às 21h, no canal National Geographic, e é indicado para todas as idades. Também haverá reprises nos dias 2 e 18 de julho, às 19h30. Assista ao trailer oficial:
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