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36 fatos para conhecer Elis Regina

Veja os detalhes da vida e da carreira dessa mulher brilhante, que é considerada a maior cantora da MPB.

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 01h38 - Publicado em 24 nov 2016, 10h20
 (Reprodução/)
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Nessa quinta-feira (24) chega aos cinemas o tão aguardado filme Elis, primeira cinebiografia de Elis Regina – interpretada por Andreia Horta. Todo mundo sabe que Elis era uma cantora de enorme sucesso, mas, com o passar dos anos após sua morte, a importância dessa grande mulher foi ficando empalidecida no imaginário popular.

E é por isso mesmo que vale a pena relembrar a trajetória da Pimentinha! Confira aqui 36 fatos sobre a carreira e a vida pessoal de Elis:

1. Ela nasceu em Porto Alegre, no dia 17 de abril de 1945.

2. Aos 11 aninhos, Elis fez sua primeira apresentação. Ela cantou no Programa do Guri, transmitido pela Rádio Farroupilha.

3. Dois anos depois, foi contratada pela Rádio Gaúcha e chegou a ser eleita a Melhor Cantora do Rádio, no Rio Grande do Sul.

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Ainda menina, cantando na Rádio Gaúcha de Porto Alegre. (Reprodução)

4. Já aos 16 anos, em 1961, ela decidiu lançar-se nacionalmente passou a gravar discos entre São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo assim, pressionada pela mãe, continuou morando em Porto Alegre por conta dos estudos.

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5. Ainda no início dos anos 1960, tornou-se a estrela do Beco das Garrafas, ponto de encontro da boemia carioca na época. Lá, ela conheceu Luís Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli, produtores com quem firmaria uma longa parceria.

6. Nesse período, também foi contratada pela TV Rio para participar do programa Noites de Gala.

7. Mas foi em São Paulo que Elis estourou de fato quando, em 1965, consagrou-se como a grande revelação do primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, produzido pela TV Excelsior. Ela cantou Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Maraes

8. E foi Vinícius quem, mais tarde, deu a ela seu célebre apelido: Pimentinha.

9. Também em 1965, Elis passou a apresentar o programa O Fino da Bossa, na TV Record, ao lado de Jair Rodrigues. Junto com os festivais de música que estouraram na época, a atração é  considerada o pontapé inicial da MPB e o fim da era de ouro da bossa nova.

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https://www.youtube.com/watch?v=qGsCmB7ejL4

10. No mesmo ano, a dupla lançou o lendário disco Dois na Bossa. Esse foi o primeiro álbum brasileiro a alcançar a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Pouco se fala sobre isso hoje em dia, mas o feito foi particularmente emblemático na época, pois fez com que um homem negro e uma mulher alcançassem o topo da cadeia alimentar do showbiz nacional.

11. Em 1967, aos 22 anos, casou-se com o produtor musical Ronaldo Bôscoli. Anteriormente, ele já havia se relacionado com Nara Leão e Maysa, o que era um prato cheio para as colunas de fofoca. Ronaldo era 17 anos mais velho do que Elis e o casamento sempre foi conturbado.

12. Nessa época, ela voltou a morar no Rio de Janeiro.

13. O ano era 1969 quando, na França, Elis deu uma entrevista que mudaria sua vida. Aos repórteres europeus, ela disse que o Brasil estava sendo governado por gorilas – o país estava em plena ditadura na época. Elis sempre foi muito crítica em relação ao golpe, mas sua enorme popularidade fez com que os militares a deixassem em paz durante um bom tempo. Só que tudo mudou depois da declaração na França.

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14. Não por acaso, Elis estava estourando em terras francesas naquele ano. Em meados dos anos 1960, ela já era uma estrela também fora do Brasil e chegou a gravar discos especialmente voltados ao público estrangeiro.

15. Em 1970, deu à luz o único filho que teve com Ronaldo Bôscoli: João Marcelo. Ela viria a ter outros dois filhos, mas com o segundo marido.

16. A gravidez e o nascimento de João Marcelo foram muito difíceis. Desesperada por não produzir leite materno o suficiente e pelo fato de que o filho era alérgico ao leite de vaca, Elis pediu ajuda a outras mães através de programas de rádio.

17. O nascimento do primogênito também fez com que o casamento de Elis e Ronaldo ficasse ainda mais estremecido – ele era notoriamente infiel e ausente como pai. O casal se divorciou em 1971.

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Ao lado de Ronaldo, na casa em que viveram à beira mar. (Reprodução)
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18. Pouco tempo depois, ela viria a se casar com o pianista César Camargo Mariano, com quem também teve uma extensa parceria profissional.

19. Ao lado de César, Elis voltou a viver em São Paulo.

20.  Em 1972, a estrela viu sua popularidade despencar dramaticamente. Isso porque, forçada pelos militares, ela apresentou-se nas Olimpíadas do Exército naquele ano. 

21. Por conta desse episódio, Elis foi rechaçada pelo jornal O Pasquim e passou a ser vaiada nos shows.

22. Em 1973, num festival em que o público a recebeu com muita frieza e descaso, Caetano Veloso gritou uma frase que ficaria para a história: “Respeitem a maior cantora desta terra”.

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23. Meses depois disso, Elis decide passar uma temporada em Los Angeles e lá grava o célebre álbum Elis & Tom, ao lado de Tom Jobim. Até hoje, esse é considerado um dos melhores discos da música brasileira.

24. A partir daí, a estrela de Elis voltou a brilhar e, numa aposta ousada, ela decidiu lançar um grande espetáculo – que misturava música, teatro e circo – intitulado Falso Brilhante. A ideia era contar sua própria história de vida no palco. O sucesso foi absoluto e, em 1976, ela lançaria um álbum de mesmo nome.

25. Nessa época, a Pimentinha iniciou uma ruptura com a indústria fonográfica. Ele desejava ter mais liberdade criativa e queria apostar em compositores desconhecidos, o que de fato fez. O sucesso das músicas Como Nossos Pais (faixa de Falso Brilhante) e Romaria (do álbum Elis, de 1977) alavancaram a carreira de Belchior e Renato Teixeira respectivamente.

26. Milton Nascimento é outro nome que despontou graças a Elis. Essa foi uma característica muito marcante na trajetória da cantora: ter a mesma naturalidade ao transitar entre a nata da música e os artistas pouco conhecidos – dando visibilidade e prestígio a esse segundo grupo.

27. Ainda em 1975, em meio à agenda lotada de apresentações (Falso Brilhante ficou em cartaz até 1977), ela deu à luz seu segundo filho: Pedro Mariano

28. Também em meados da década de 1970, iniciou uma amizade inesperada com Rita Lee, de quem não gostava na época dos festivais de música. Em 1976, Elis visitou Rita na prisão e ameaçou chamar toda a imprensa caso a amiga não fosse solta.

29. Um ano mais tarde, nascia Maria Rita, filha que Elis batizou em homenagem a Rita Lee. Em 1978, as duas gravaram juntas a música Doce de Pimenta – numa incomum parceria entre Elis e outra voz feminina.

30. Já em 1979, a cantora definitivamente fez as pazes com a esquerda. Em 1972, o cartunista Henfil havia sido o responsável pela duríssima crítica endereçada a ela no Pasquim, mas Elis resolveu surpreende-lo positivamente sete anos mais tarde. Através da canção O Bêbado e a Equilibrista, a cantora prestou uma homenagem a diversos exilados políticos, incluindo o sociólogo Betinho, que era irmão de Henfil.

31. O Bêbado e a Equilibrista – composta por João Bosco e Aldir Blanc – tornou-se hino da anistia naquele momento.

32. No início dos anos 1980, Elis passou a exagerar no álcool e também a consumir cocaína.

33. Essa fase conturbada fez com que seu segundo casamento também chegasse ao fim.

34. Em janeiro de 1982, ácida e contestadora como sempre, ela deu sua última entrevista. Foi no programa Jogo da Verdade, da TV Cultura. Mauricio Kubrusly foi um dos jornalistas a entrevistá-la na ocasião.

35. Elis Regina faleceu no dia 19 de janeiro de 1982, por conta de uma overdose, aos 36 anos.

36. Em 2016, ela teria completado 72 anos se estivesse viva.

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Ao lado dos filhos, em São Paulo, na casa em que morou durante o casamento com César. (Reprodução)
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