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Carolina Ferraz transforma receitas afetivas da mãe em livro

Em seu novo livro de culinária, Carolina Ferraz transforma o manuscrito em um caderno de receitas, que ela divide intimamente com a mãe, dona Giscelda

Por Ligea Paixão (colaboradora)
Atualizado em 5 jul 2021, 14h44 - Publicado em 5 jul 2021, 10h46
Carolina Ferraz
 (Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)
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Carregado de emoção e sentimentalismo, Na Cozinha com Carolina 3, o mais novo livro da versátil Carolina Ferraz, narra a paixão da artista pela gastronomia.

Gerado durante a pandemia, o lançamento é uma homenagem à mãe da apresentadora, dona Giscelda, trazendo receitas únicas que as duas compartilham na cozinha desde sempre. “São receitas de família e tudo foi feito de uma maneira muito afetuosa”, conta a atriz durante uma conversa com CLAUDIA.

Carolina Ferraz
(Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)

“Este livro simboliza a transformação de um momento de dor em algo produtivo e regenerativo”

“Tudo aconteceu porque, logo no início da pandemia, nós levamos o isolamento muito a sério. Eu e minhas filhas ficamos sem ver a minha mãe, que ficou morando apenas com minha irmã. Com isso, ela ficou isolada, muito sozinha, sentindo saudades das pessoas e entrou em depressão. Nós, como família, nos posicionamos para resolver aquilo.”

A solução partiu da locação de um sítio, que serviu como aconchego afetivo para Carolina, suas duas filhas, Valentina e Isabel, a irmã, Maria Eugênia, a mãe e os cachorros. “Somos uma família de mulheres”, brinca a apresentadora.

A união ficou centrada na cozinha do local, que foi cenário para quase todas as ações do dia a dia durante o isolamento. “Nesse sítio a gente cozinhava, tomava vinho, falava da vida, jogava baralho… E foi através dessa troca em volta da mesa, com eu conversando com a minha mãe, pegando suas receitas e cozinhando com ela, que surgiu e foi desenvolvido esse projeto”, conta a apresentadora.

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O fato é que a conexão materna sempre esteve diretamente ligada ao desenvolver pessoal e profissional de Carolina e, principalmente, com a sua familiaridade com a cozinha, que tem a aproximado da designação de chef.

Carolina Ferraz
(Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)

“Meu amor pela cozinha nasceu da maneira mais orgânica possível. Minha mãe, como boa mineira, sempre gostou muito de cozinhar e de receber pessoas em casa para participar das refeições que ela fazia”, conta. “Eu aprendi a cozinhar com ela. Tanto que desde pequena eu gostava de ir para o fogão.”

“Quem pega o livro nas mãos, consegue ver a enorme admiração que eu tenho pela minha mãe.”

 

“Ela criou eu e meus dois irmãos sozinha, dedicando a sua vida a nós. Meu pai morreu quando ainda éramos novos. Logo depois, meu único irmão homem também faleceu, o que deve ter despertado nela uma dor muito profunda. Mas ela enfrentou e passou por tudo isso, e hoje nós estamos aqui, criadas e fortes. No geral, somos todas muito diferentes, mas nos respeitamos e amamos conviver juntas.”

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Tirando as ideias do papel

Do segredo conhecido apenas pela família e amigas próximas, está a chave para entender o por que a obra da apresentadora é do jeito que é. Carolina é uma grande colecionadora de caderno de receitas e o livro foi feito – em sua grande parte – manualmente, para que pudesse realmente carregar a essência de um caderno caseiro.

Dividido em duas edições, uma limitada de 500 exemplares, destinado apenas a amigos e pessoas próximas à família, personalidades, editores de gastronomia, entre outros destinatários, e outra que será lançada ao público no dia 15 de julho, com cerca de 40 receitas a mais. O livro foi pensado por Carolina, mas contém a caligrafia de Dona Giscelda e foi projetado por Valentina, sua filha mais velha.

“Eu cheguei a procurar alguns designers para desenvolver o projeto, mas todo mundo queria dar uma incrementada e aquilo não me agradava. Cheguei a questionar várias vezes: ‘Não dá para fazer da maneira que eu quero?’, mas ninguém aceitava. Só que esse é um livro que eu queria fazer dessa maneira, porque meu desejo era prestar uma homenagem a minha mãe.”

Valentina, que passava uma temporada no Brasil por conta das restrições da pandemia – ela vive nos Estados Unidos atualmente –, entrou em ação e projetou o livro de acordo com o que a mãe desejava. “Foi uma maneira da minha filha prestar uma homenagem à avó e a mim, desse ciclo que nós vivemos, de uma dando para a outra, que passou para a outra, que devolveu de outro jeito.”

Na cozinha com Carolina 3
Capa bordada do livro “Na cozinha com Carolina 3” (Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)
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“Esse livro é realmente o encontro de três mulheres da mesma família”, diz com admiração.

 

“A caligrafia da minha mãe neste livro também é algo muito marcante, tanto que muitas pessoas me perguntam se eu contratei alguém para escrevê-lo, porque parece aquelas letras de cartão de casamento. Não, é a letra da minha mãe!”, enaltece a atriz.

Além das mãos familiares, o livro também leva um toque afetivo da ONG Orientavida, grupo de mulheres que foram responsáveis por bordar a capa de cada livro, fabricados com material totalmente sustentável e cedido pela ECO simples. A obra inclui um QR Code para que as pessoas possam conhecer quem foi a mulher que bordou aquela edição que está em suas mãos.

Explorando novas instâncias

Carolina Ferraz
(Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)

“Eu acho que vivi muitas transformações nos últimos anos”, conta a apresentadora, que recentemente passou por um divórcio, afastou-se das produções de dramaturgia e voltou a residir em São Paulo, após tantos anos no Rio de Janeiro. “Foi uma grande abertura, que proporcionou momentos de reinvenção e de reposicionamento estratégico como profissional e, é claro, que tem um pouco disso no meu livro.”

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“Hoje, eu tenho tempo e liberdade para poder gerar conteúdo de acordo com aquilo que me interessa exatamente, com o que eu quero me relacionar naquele momento.”

“De fato eu não sou tão produtiva quanto outros chefs, que lançam dois livros por ano. Eu lancei o meu primeiro há 9 anos e este é o terceiro. Mas, para mim, os livros são embrionários, eles saem quando vou gerindo certos processos ao longo da minha vida.”

Carolina Ferraz
(Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)

Mas engana-se quem pensa que as receitas desta nova produção são engenhosas ou específicas de alguma região. “O livro é tão estruturado sobre memórias afetivas que não tem nada de regionalismos, nem de Goiás [onde nasceu], nem de São Paulo, onde passei grande parte da minha vida. Nele estão basicamente receitas que minha mãe fazia nos Natais, minha data comemorativa favorita, em que toda minha família estava reunida. E são receitas simples, que aproximam as pessoas da arte da culinária”, diz a chef que sempre coloca a desmistificação da culinária como uma prioridade.

“Eu quero que as pessoas gostem de cozinhar, que saibam entrando na cozinha, pelo menos uma vez por dia, a vida delas com certeza terá um salto qualitativo gigante, seja na sua disposição ou relação intrapessoal. Meu objetivo é aproximar, trazer as pessoas para a cozinha e dar receitas que funcionem, sem que elas fiquem perdidas ou frustradas porque algum prato não deu certo”, aponta.

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Carolina Ferraz
(Foto: Carolina Ferraz/Divulgação)

E as artimanhas de Carolina na culinária não param por aí. “Estou me formando no Le Cordon Bleu e com certeza vou querer fazer um outro livro agora, com receitas autorais e uso das técnicas clássicas da culinária francesa. Será algo bem chef mesmo, onde irei aprender a controlar todas essas técnicas para implantá-las em uma cozinha mais simples”, conta sobre o curso.

Mas a apresentadora que se cuide, pois alguém já está de olho no seu posto de cozinheira da família. “A Isabel, minha filha de 6 anos, é igual a mim! Ela já faz bolo sozinha e fica ótimo”, brinca.

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