Sentir dor no sexo não é normal! Veja as 3 razões mais comuns
Causas e reflexos de natureza fisiológica não devem ser negligenciados
Sentir dor durante as relações sexuais não é normal. Para muitas mulheres, essa afirmação pode despertar os ambíguos sentimentos de alívio e espanto. Alívio, porque diante dessa informação tem a chance de buscar tratamentos para suas dores. Espanto, porque muitas de nós passam uma vida inteira acreditando que o incômodo é parte inevitável do sexo.
Mas a crença sobre a necessidade da dor como propulsora da nossa evolução, seja ela individual ou coletiva, material ou espiritual, não se restringe ao campo da sexualidade.
Quantas vezes não ouvimos que “para ficar bonita tem que sofrer”? Ou, ainda, que “é preciso dar sangue, suor e lágrimas”, que “para vencer é preciso fazer alguns sacrifícios”?
Soma-se a esse conjunto de crenças, todo um sistema de pensamentos estigmatizantes a respeito do corpo com útero e os tabus sobre o sexo e está pronta a receita para grande parte das disfunções e desequilíbrios sexuais mais comuns às mulheres cis e pessoas trans com útero.
É evidente que esses são fatores importante, porém existem causas e reflexos de natureza fisiológica que não devem ser negligenciados. Por tanto, sempre procure uma médica ginecologista da sua confiança. Dito isso, vamos a três causas comuns de dor durante a relação?
Vaginismo
Se caracteriza pela contração dos músculos do assoalho pélvico e, em casos mais graves, também de músculos adutores da coxa, dificultando ou impedindo a penetração vaginal e até exames ginecológicos. Com frequência, o vaginismo tem sua origem em causas psicossociológicas. O diagnóstico de vaginismo é feito pela médica ginecologista, que encaminhará para os tratamentos adequados.
Dispareunia
Ao contrário do vaginismo, a dispareunia costuma ter uma causa orgânica. Entretanto, questões psicológicas podem agravar a intensidade da dor. Infecções por bactérias, vírus, fungos ou até mesmo alergias são grandes causadoras da dispareunia, que se caracteriza pela dor na região vaginal durante ou depois da penetração. A lubrificação insuficiente também é uma causa comum dessa disfunção.
Vulvodínea
É o nome da dor que aparece na região da vulva, de forma espontânea ou a partir do toque, seja na relação sexual ou em outros momentos. Costuma ser uma dor persistente e possivelmente desencadeada por fatores orgânicos ou psicológicos.
Se alguma dessas características fez soar o sinal de alerta por aí, procure uma médica ginecologista. É comum que, diante de tantas limitações que nos são impostas social e culturalmente, falar sobre sexo não seja exatamente uma tarefa fácil. Mas conversar com uma especialista responsável e competente pode ser o primeiro passo para uma vida livre de dores e repleta de prazeres.
Sentir dor não é o nosso destino.
Fonte: CAVALCANTI e CAVALCANTI, 2019)