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Por trás da moda

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Renata Brosina é jornalista, host de podcast e editora de moda com foco em luxo e sustentabilidade. Com 15 anos de carreira e alguns títulos internacionais no currículo, ela é curiosa, gosta de entrevistar e vestir pessoas, e analisar as transformações que vêm acontecendo no mercado.

Nicolas Ghesquière e a transformação na herança da Louis Vuitton

Desde que desfilou sua primeira coleção na grife, o diretor criativo mostra que transformar o heritage da maison em desejo é uma das suas conquistas

Por Renata Brosina
18 out 2023, 08h32
Nicolas Ghesquière e a transformação na herança da Louis Vuitton (Getty Images/Reprodução)
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Nicolas Ghesquière não é do tipo de diretor criativo que costuma ficar pouco tempo nas grifes por onde passa. E, após dez anos e quase quarenta coleções para a Louis Vuitton, entendemos que há muito ainda por vir. Antes de ser nomeado o sucessor de Marc Jacobs, o francês passou quinze anos assinando as coleções para a Balenciaga.

E foi ao longo deste reinado, pré-Alexander Wang e Demna Gvasalia, que descobri seu gosto pela estrutura que traz elementos da arquitetura e modernidade para as roupas, sua maneira de traduzir o DNA dos tempos áureos do fundador, Cristóbal Balenciaga, e seu desejo por tornar acessórios em hits.

Um exemplo máximo na Louis Vuitton? A Petite Malle, introduzida na sua primeira passarela, em março de 2014. Até hoje, ela segue reinterpretada a cada estação — assim como outras it-bags que vieram na sequência até chegar nas suas mais recentes criações, entre elas a GO-14. 

Antes de falarmos dos produtos em si, precisamos voltar ao passado para algumas contextualizações. Acredito ser pura coincidência que a sua última temporada na Balenciaga, durante as apresentações de Verão 2013, também tenha sido a de estreia de Raf Simons e Hedi Slimane, respectivamente, no prêt-à-porter da Dior e Saint Laurent. As grandes rivais, naquele momento, disputavam o título de qual estreia na direção criativa fazia mais barulho e quem era realmente capaz de reinventar e resgatar as características fundamentais das tradicionais e imponentes casas francesas. 

O que ninguém esperava é que Ghesquière, nos meses seguintes, entraria no jogo em uma nova posição e seria responsável por dar um novo olhar à Louis Vuitton. Um episódio que está prestes a completar dez anos. Trajetória diferente das de Slimane e Simons, que não chegaram a completar uma década nas suas respectivas etiquetas, e já seguiram seus caminhos em outras marcas, como Celine e Prada

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Desde então, o diretor criativo, conhecido por ser reservado, mas não menos querido pelas personalidades e pelo público, só mostrou o quanto a sua fórmula, que combina o heritage da maison ao espírito dos novos tempos, funciona muito bem para a Louis Vuitton. No caso, estamos falando sobre uma grife criada a partir de itens de viagem, como malas e baús construídos pelas mãos do próprio Monsieur Vuitton, há mais de 160 anos.

Ghesquière tira de letra a perplexidade que é percorrer por toda a trajetória da marca, que só teve seu prêt-à-porter introduzido na temporada de Inverno de 1998, com o jovem Marc Jacobs liderando as primeiras roupas – na ocasião, minimalistas – para a label. Distante da estética do colega norte-americano, a forte influência oitentista, arquitetônica e armorial é o que deu à mulher Vuitton uma imagem ainda mais poderosa.

Ainda que dentro de uma proposta menos comercial, ele traz a ousadia e ainda conecta as raízes parisienses da maison ao mundo. A Louis Vuitton é francesa, mas, hoje, é mais global do que nunca. E o desejo que o estilista desperta no público vai de encontro aos seus valores – e uma estratégica apoiada visivelmente pela maison.

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Ainda que o crescimento das cifras seja o foco absoluto de um grande grupo como a LVMH, Ghesquière mira no sonho, na história por trás da sua mulher guerreira, que, desde os tempos de Balenciaga, carregava sua armadura para o dia a dia – no full look ou no pequeno detalhe do acessório.

Sobre a arte de viajar, um dos principais lemas da marca, Nicolas Ghesquière já levou os desfiles de Cruise a diversos destinos mundo afora, pincelados a partir de algo em comum: a arquitetura. Com cenários deslumbrantes na lista, que incluem Bob and Delores Hope Estate por John Lautner em Palm Springs, na Califórnia (2015); MAC por Oscar Niemeyer em Niterói, no Brasil (2016); Miho Museum por Ieoh Ming Pei ao redor de Kyoto, no Japão (2017) e Salk Institute na Califórnia (2022), sua missão é desvendar ambientes extraordinários, conectados à arte, como pano de fundo para suas coleções. Na sua mais recente apresentação, em Isola Bella, ele não economizou em mistério e encantamento para levar seu público ao Palazzo Borromeo e seus jardins, que representam uma das maiores manifestações do barroco italiano.

Ainda que respeitando um calendário de prêt-à-porter intenso, o estilista francês mostra que sua permanência em uma das casas de luxo mais respeitadas do globo é merecida – de ambas as partes. Enquanto a grife mostra todo o seu interesse em apoiar a visão criativa de Ghesquière, é evidente que o retorno, principalmente em suspiros, está à altura.

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