Os piores foras no dia do meu aniversário
Vem, senta comigo, chora e me dá parabéns
ABRIL. Sinto no ar o clima de abril. Céu infinitamente azul e aniversário das taurinas! (eu!) Felicitações a mim. Obrigada e obrigada às editoras por conseguirmos esse timing de postagem dessa coluna na semana certinha. No dia 23/04, meu dia e o da minha mãe. E se você está pensando que estou escrevendo essa coluna de forma egoísta, só parabéns, muito se engana.
Eu, autointitulada Ministra do Namoro, já passei por poucas e boas, aliás, bem poucas boas no meu aniversário. Sim, senta que lá vem a história dos PIORES DATES DO MEU ANIVERSÁRIO.
Lá pelos anos 2013, estava eu, terminando a faculdade de jornalismo, estagiando em uma multinacional, cool, pessoas descoladas, baladeiras e muito trabalhadoras (sério), jovem não tem ressaca e rende. Logo, aproveitamos o dia e a noite, misturados com estudo. E claro, junta um monte de jovem bonito e festeiro, o que dá? Isso mesmo, merda.
E assim, entre tantos bonitos que chegam em mim, eu fui me apaixonar por um feio, porém muito engraçado e, na época, mega prestativo e fofo. Ficamos algumas vezes. Ele, por um acaso do infortúnio do destino, fazia aniversário no mesmo dia que eu. Me chamou em um canto e perguntou se queria fazer uma festa juntos, logo topei e achei que estava sendo amada hahahhahahaha. Off: nesse momento, essa coitada achava que estava se dando bem.
Como todo mundo trabalha até muito tarde e viajávamos muito juntos, eu via mais eles do que minha família ou amigos próximos. Viramos logo uma família. No dia 23/04/2012, ele me manda uma mensagem: “oi Má, vai levar alguém de fora na festa?”. Um sinal interno apitou, achei estranho, mas logo disse que não. “Que ideia maluca, somos tãoooo família”.
Chegando na festa – cheguei por último – minhas amigas abrem a porta com cara de enterro. Achei esquisito e “e aiiiii gente, meu aniversário”, minha amiga Luiza me chamou no canto e disse: amiga, o R* está namorando, e ela está aqui, e a família dele está aqui e todos estão confraternizando.
BAQUE. Eu não tive reação. Me tranquei no banheiro, liguei para minha amiga Natália, e lá fiquei chorando o meu destino horroroso. E eu ainda tive que cantar parabéns e cortar o bolo com o sujeito. Clima de enterro. Eu com o nariz da rena do Papai Noel de tanto chorar (se alguém tiver a foto, me mande pelo amor de Deus).
Anos mais tarde, já formada, rebelde com o sistema de governo, fui pra rua já como jornalista e cobrindo atos, aqueles atos horríveis onde manifestantes e jornalistas foram covardemente atacados pela polícia, e nisso conheci um jovem, bonito, fotógrafo, idealista. Curti, ficamos algumas vezes.
Estava morando em São Paulo, apartamento maneiro, convidei muita gente, artistas, amigos de longa data, pessoal que convivia em movimentos interessantes, papo de gente cult e muito Caetano Veloso na vitrola. O jovenzinho idealista foi antes, ajudou a montar a festa, pensei “que fofo, me curte!!!”. Antes do parabéns, ele me chama no canto e diz que não rolava mais nada e não sentia nada por mim (??????????). Mais um corte de bolo de aniversário chorando que consegui converter em um discurso contra o governo. Ninguém caiu. Dormi no chão do banheiro chorando a humilhação.
E você acha que parou por aí? Passaram alguns anos, achei que estava VACINADA de vacilo, mas o homem, querida, nunca decepciona, ele consegue cumprir o pior. Fui a um festival maneiro, virada de 22 para 23. Solteira, livre e ele também solteiro na pista. Seduzindo aqui e ali. Falei “olha, tenho trauma de aniversário, não vamos ficar hoje, porque amanhã não vai dar bom”… Aí vem a frase que antecede todo grande futuro caos: “imagina, tudo já aconteceu, o que mais pode acontecer de ruim?”.
CONFIEI MAIS UMA VEZ.
Dia seguinte, dia oficial de aniversário, 23/04, dia de São Jorge justiceiro, acordei com várias mensagens fofas dele, passamos o dia conversando, aqui a ressaca já estava pesando. Me chamou para um bar que tinha na cidade dele, e eu fui 🤡.
Cinco minutos antes dele chegar, uma mensagem apita no celular. “Preciso cometer um sincericídio, estou ficando com outra menina, ela vai estar no bar e eu vou ficar com ela lá, TUDO BEM?”
😀 O que eu poderia responder, além de uma piadoca e um ok? Três aniversários, três foras de paqueras, e uma decisão: NUNCA MAIS misturar uma data sagrada pra mim com homem duvidoso.
Paqueras e afins não irão em festas, viagens de aniversário. Fui trouxa três vezes e ACHO que aprendi a lição. Aguardem as próximas colunas nos próximos anos.
Lembrem-se, data comemorativa pode ser desastrosa. Hoje eu dou risada desses infortúnios, mas as fotos mostram a cara da realidade e o nariz vermelho de chorar.
Bola pra frente que um lindo ciclo se inicia! Parabéns, taurinos desse Brasil, melhor signo, cá entre nós.