Me visto de mim
Depois de tantos meses em casa, quero olhar pra mim, quero rezar por mim, quero investir em mim
A travessia é longa. Ia durar 3 meses. Já estamos quase no fim do ano. Nada de vacina, apesar de russos, chineses, americanos e até brasucas estarem na corrida da pergunta de de milhões de dólares: quando vamos erradicar o vírus?
E nesse ramerrame de marchas-rés de nossos banais cotidianos, vamos vivendo. Uns aproveitando o tempo livre pra fazerem diferente, eliminarem os erros da existência e outros só no intox da ignorância, engordando seus egos com “você não sabe com quem está falando” ou bradando “ você tem inveja da minha vida” enquanto assistimos – bestializados – à banalização desse abismo social – trampolim para excessos e delírios.
E a vida segue. Os cabelos mais brancos, a tristeza da morte do Piva, minhas filhas ingressando na selva da sobrevivência e eu pensando mil caraminholas. Desde as importantes como meu sustento sem emprego, até delírios como um dia visitar o Marrocos. Tenho essa obsessão por mesquitas.
No mais, estou seguindo. Decidi que pouco verei noticiário, reduzi minhas leituras, mas aumentei a realização das minhas #kikalives e decidi ficar um pouco egoísta . Não me apedrejem. Pensei tanto no outro, ajudei no que pude àqueles perto de mim, rezei para quem não conhecia e mandei good vibes para o planeta. Mas agora quero voltar pra mim num retorno umbilical àquela que deixei pra trás por displicência, fadiga ou burrice. Narciso agora mora em minhas veias e quero olhar pra mim, quero rezar por mim, quero investir em mim. Vai julgar?
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