Um remake para dançar e se emocionar
O musical da década de 60 mais premiado da história do cinema ganha um remake dirigido pelo diretor e vencedor do Oscar Steven Spelberg
Assim que eu assisti ao novo trailer de West Side Story (em português, Amor sublime Amor), eu fiquei bastante emocionada. Fui parar no ano de 1989, quando dancei em minha antiga e agora atual escola de dança. Por isso, quis muito compartilhar aqui em minha coluna.
“Reunimos um elenco de 63 bailarinos, todos da Escola. Foi desafiante, mas, mais possível que nos dias de hoje. A vontade e o desejo de realizar eram muito presente e sincero. Todo mundo ‘dava o sangue’. O renomado coreografo Mário Nascimento se envolveu totalmente e compactuou com todas as necessidades e cuidados que a obra merecia. Nunca ouvi falar em alguma montagem além dessa no país, a não ser que o Mário tenha remontado com outra Escola, Grupo ou Cia, mas não tenho esse registro”, relembra a produtora cultural, coreógrafa, bailarina, fundadora e diretora do Ballet Isadora Duncan Neide Garrido.
O filme West Side Story estreou no ano de 1961 nos Estados Unidos, mais precisamente em 18 de outubro. A obra é um musical que envolve amor, rivalidade, drama e muitas coreografias extremamente sincronizadas e apaixonantes. Tenho a nítida lembrança dos ensaios que tínhamos quando dançamos, do envolvimento e da emoção de todo o elenco no palco. A versão do filme dos anos 60 é um entrelace perfeito entre trilha sonora, personagens, atores, locações, roteiro, figurinos e, claro, as coreografias.
Resumindo um pouco do enredo de Amor Sublime Amor
No ano de 1957, duas gangues, os Sharks, de porto-riquenhos, e os Jets, de brancos de origem anglo-saxônica, disputam a área (zona oeste de NY), seguindo um código próprio de guerra e honra. Tony, antigo líder dos Jets, se apaixona por Maria, irmã do líder dos Sharks, e tem seu amor correspondido. A paixão dos dois fere princípios em ambos os lados, acirrando ainda mais a disputa entre eles.
Assistindo ao trailer do longa, toda essa história se resume em segundos, porém, a emoção nos desperta a vontade de assistir a esse clássico do cinema indicado a 11 Oscars e vencedor de 10. A nova versão de Amor Sublime Amor foi apresentada na noite de premiação do Oscar 2021 há alguns dias atrás e ganhou a atenção e curiosidade do público.
Pessoalmente, um dos momentos mais marcantes do filme é o encontro de Maria e Tony no baile (alerta de mini spoiler). Na versão de 1961, mesmo sem tantos recursos como temos atualmente, é tudo muito envolvente e encantador, desde o figurino, a trilha sonora, a beleza e a leveza dos movimentos quando eles dançam juntos.
Sem contar os desafios propostos pelas gangues opostas de americanos e porto-riquenhos na pista de dança e suas coreografias praticamente impecáveis. “A obra é popular, desafiante, cheia de magnetismo. Envolve dramaticidade, romance, preconceito e adversidades. Tem uma temática bem atual, creio que faria muito sucesso na lista dos musicais atualmente produzidos aqui no Brasil. Tem um apelo jazzístico incrível que seria bem aproveitado”, sugere Neide.
O filme sucesso de crítica e público na década de 60 ganha um remake dirigido pelo premiado diretor e também ganhador do Oscar Steven Spilberg. Também na produção, o vencedor do Tony Award, que coreografou os inúmeros musicais do filme, Justin Peck. Essa adaptação é estrelada pelos atores Ansel Elgort (Tony) e Rachel Zegler (Maria), casal central do drama que reuni o melhor da Broadway e de Hollywood.
A 20th Century Studios e a The Walt Disney Company promete sua estreia em breve nos cinemas. Movida a dança e sua grande paixão por ela, a diretora Neide Garrido compartilha de sua vontade a partir desse remake.
“Gostaria muito de montar esse musical novamente, inclusive já cogitei de fato essa possibilidade. Penso muito hoje na qualidade do elenco, todas as competências técnicas e dramatúrgicas que teríamos de ter. É uma obra envolvente que mobiliza, tanto o elenco, como coreógrafos, diretores e também o público”, finaliza.
Com tudo isso, o que nos resta momentaneamente é esperar a estreia do novo remake nas telonas de todo o mundo. Mas para aliviar a ansiedade até lá, vou dar a minha dica: assistam a primeira versão de West Side History. Ela é apaixonante e servirá de inspiração até que o Sr. Spilberg dê o ar da graça nas salas de cinema.
Algumas curiosidades das filmagens de West Side Story da década de 60
– Pela primeira vez na história do Oscar, a premiação de melhor direção foi dividida entre dois diretores por um mesmo filme. Esta façanha permaneceu única até 2007.
– Os produtores tentaram manter os atores que interpretariam gangues rivais afastados uns dos outros, na intenção de criar antipatia e tensão entre eles.
– A sequência de dança da abertura de Amor, Sublime Amor foi realizada no local onde atualmente se encontra o Lincoln Center. Na época, a área estava condenada e os prédios seriam demolidos, mas, como a demolição sofreu atrasos, a cena de abertura pôde ser realizada no local.
Ficha técnica (atores) do remake de ‘West Side Story’ – Amor Sublime Amor
Direção – Steven Spielberg, com roteiro do vencedor dos Prêmios Pulitzer e Tony Award® Tony Kushner, estrelado por Ansel Elgort (Tony); Rachel Zegler (Maria); Ariana DeBose (Anita); David Alvarez (Bernardo); Mike Faist (Riff); Josh Andrés Rivera (Chino); Ana Isabelle (Rosalía); Corey Stoll (Tenente Schrank); Brian d’Arcy James (oficial Krupke); e Rita Moreno (como Valentina, dona da loja da esquina em que Tony trabalha). Rita Moreno – uma das apenas três artistas a serem homenageadas com os prêmios Academy®, Emmy®, GRAMMY®, Tony® e Peabody – também atua como uma das produtoras executivas do filme.